Aniversariantes do PCB

MUITOS PARABÉNS E AS MAIORES FELICIDADES!


   
Abril
      
Maio
Helena Possolo
Miguel Senna Fernandes
Joel Anok

Sexta-feira Santa em Macau

A celebração da Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo é a celebração mais importante da Igreja Católica e a Pedra Angular da Religião Católica.

Pelo pecado original por desobediência a Deus, cometido por Adão e Eva no Paraíso quando, tentados pelo demónio em forma de serpente, foram castigados, expulsos e condenados à morte até que o Messias, Filho de Deus feito Homem, prometido por Deus, resgatasse com a sua própria vida, toda a humanidade e a restituísse à vida eterna no Paraíso Celeste reabrindo as suas portas desde então encerradas.

É na Quaresma que tem o seu início na Quarta-Feira de Cinzas e que nos lembra que somos pó e que em pó tornaremos quando deixarmos esta caminhada para voltarmos ao Pai, que começamos a preparação da Páscoa que culmina com o Domingo de Ramos, lembrando a entrada triunfal de Jesus Cristo em Jerusalém para se cumprir a Sagrada Escritura. É no Domingo de Ramos que dá o início da mais importante celebração da Igreja Católica - “A Morte e Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo”. É nesta semana que, antes do Concílio Vaticano II convocado em Dezembro de 1961 e iniciado em Outubro de 1962 pelo então Papa João XXIII,  e concluído e levado a efeito pelo seu sucessor O Papa Paulo VI em Dezembro de 1965, todas as Imagens das Igrejas de todo o mundo eram tapadas e cobertas com pano roxo para lembrar a “Semana da Paixão e Morte de Jesus Cristo”. Foi com a entrada em vigor das Regras instituídas pelo Concílio Vaticano II que a Igreja se abriu enfrentando as mudanças da modernização do mundo.

Quaresma, tempo de Penitência, Meditação e preparação para a Páscoa.

Em Macau o primeiro Domingo de Quaresma é marcado e celebrado com uma grande procissão. A “Procissão de Nosso Senhor dos Passos” que é uma Via-Sacra  com sete estações, percorrendo por diversas ruas da cidade. Esta devoção e Procissão foi sempre e continua a ser muito querida e vivida pelos Macaenses.

No Antigo Testamento, Moisés celebrou a primeira Páscoa com o seu Povo Israelita. Transmitiu-lhes o que Deus lhe ordenou que fizesse na terra do Egipto: “Este mês será para vós o princípio dos meses; fareis dele o primeiro mês do ano. Falai a toda a comunidade de Israel e dizei-lhe: No dia dez deste mês, procure cada qual um cordeiro por família, uma rês por cada casa. Se a família for pequena demais para comer um cordeiro, junte-se ao vizinho mais próximo, segundo o número de pessoas, tendo em conta o que cada um pode comer. Tomareis um animal sem defeito, macho e de um ano de idade. Podeis escolher um cordeiro ou cabrito. Deveis conservá-lo até ao dia catorze desse mês. Então, toda a assembleia da comunidade de Israel o imolará ao cair da tarde. Recolherão depois o sangue, que será espalhado nos dois umbrais e na padieira da porta das casas em que o comerem. E comerão a carne nessa mesma noite; comê-la-ão assada ao fogo, com pães ázimos e ervas amargas. Quando o comerdes, tereis os rins cingidos, sandálias nos pés e cajado na mão. Comereis a toda a pressa: É a Páscoa do Senhor. Nessa mesma noite, passarei pela terra do Egipto e hei-de ferir de morte, na terra do Egipto, todos os primogénitos, desde os homens até aos animais. Assim exercerei a minha justiça contra os deuses do Egipto. Eu, o Senhor. O sangue será para vós um sinal, nas casas em que estiverdes: ao ver o sangue, passarei adiante e não sereis atingidos pelo flagelo exterminador, quando Eu ferir a terra do Egipto. Essse dia será para vós uma data memorável, que haveis de celebrar com uma festa em honra do Senhor. Festejá-lo-eis de geração em geração, como instituíção perpétua”. (do Livro do Êxodo)

Assim se cumpriu e assim aconteceu. O Povo de Israel é assim libertado da escravidão do Egipto. Comandado e liderado por Moisés realiza-se o Êxodo que é a saída do Povo Israelita do Egipto. Por terem duvidado da promessa feita por Deus pensando que Deus os tivesse abandonado quando Moisés subiu ao Monte Sinal para receber os Dez Mandamentos da Lei de Deus, foram castigados e caminharam errantes no deserto, durante quarenta anos até que chegassem a Canaan (actualmente a Palestina), a Terra Prometida e por Deus a esse povo.

No Novo Testamento, durante quarenta dias, Jesus afastou-se dos seus discípulos e retirou-se para o deserto. Jejuou e foi tentado por três vezes pelo demónio que Lhe apareceu. À primeira Jesus disse: Está escrito: “Nem só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus”. À segunda disse: Também está escrito: “Não tentarás o Senhor teu Deus” e à terceira disse “Vai-te Satanás, porque está escrito: Adorarás o Senhor teu Deus e só a Ele prestarás culto”. Então Satanás deixou-O.

É neste período de quarenta dias da Quaresma que a Igreja Católica se prepara para a celebração da nova Páscoa com a Paixão e Morte de Jesus. Na Quinta-Feira Santa a Igreja celebra a Missa Vespertina da Ceia do Senhor. (Ínicio do Tríduo Pascal).

Em Macau, por tradição, após essa Missa Vespertina da Ceia do Senhor na Sé Catedral e em algumas outras igrejas, é transladado o Santíssimo para a Capela do Santíssimo Sacramento existente numa das laterais laterais existente da Igreja (na Sé Catedral é onde está o enorme vitral de Cristo-Rei), para exposição e adoração dos fiéis que nessa noite visitam as Igrejas (na língu-máquista nosotrô fála: “corrê greza”). Mesmo após a transição, esta tradição continua e é muito concorrida e seguida não só pelos macaenses, como também pelos chineses e de todos os católicos que residem em Macau.

Na Sexta-Feira Santa, único dia em que a Igreja Católica não celebra a Eucarístia mas sim a Morte e Paixão de Jesus, em Macau as cerimónias têm início às 16 horas na Sé Catedral. A Igreja vazia e despida de todos ornamentos (velas e flores nos altares) lembra e celebra assim a Morte de Jesus em três partes distintas: a Leitura da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo; a Adoração da Cruz (ponto mais alto da celebração) e a Comunhão do Corpo e Sangue de Jesus consagrado na Missa da Última Ceia no dia anterior (Quinta-Feira Santa).

Texto de Carlos Coelho
Fotos: Cortesia de Áurea Pinheiro e José O Ferreira

O Enterro do Senhor

Concluída as três partes da celebração, é preparado o Enterro do Senhor.




O “Esquife” no qual se encontra a imagem do Senhor-Morto é trazido e colocado no centro da Igreja e acompanhado unicamente pela Imagem de Nossa Senhora das Dores e não como antigamente, acompanhado por mais duas imagens: a de Apóstolo S. João e a de Maria Madalena. Espera-se que, em tempo oportuno, de acordo com a tradição, a cena retratada no Calvário possa ser revivida e trazida de volta como nos tempos de outrora, em Macau, na Sexta-Feira Santa, no Enterro do Senhor.


Cerca das 17:30 horas, dá-se o início do Enterro. Da Sé Catedral acompanhado ao ritmo de música-sacra entoado pela Banda da Polícia de Macau, o cortejo acompanhado pelos participantes geralmente vestidos de cor escura ou preta, segue silenciosamente em direcção à Rua da Sé, Travessa do Roquete, Largo do Leal Senado, Largo de S. Domingos, Rua de S. Domingos e regressa à Sé Catedral subindo pela Travessa do Bispo. Após à chegada na Sé Catedral, a imagem do Senhor-Morto é incensada e então colocada no Sepulcro localizado debaixo do altar da capela lateral existente defronte à de Cristo-Rei. Por cima do altar do sepulcro encontra-se a Imagem de São João Baptista, Padroeiro da Cidade de Macau.

Alguns pequenos pormenores para informação:

Esta manifestação pública de Fé é a única que não se chama procissão mas sim “Enterro do Senhor”.
É levado um “Esquife” adornado de preto no qual se encontra a Imagem do Senhor Morto (datado do século XIX), coberto com um Pálio de Cor Preta , e não um “andor” ornamentado de flores com uma Imagem.


O início do cortejo (fúnebre, assim se pode chamar por se tratar do “Enterro do Senhor”) é liderado por Estandartes e uma Cruz com uma toalha manchada de Sangue que representa o pano com que limparam o Corpo de Jesus quando O desceram da Cruz, todos inclinados para o lado esquerdo (Sinal de Luto) e não erguidos e direitos como em todas as procissões.




Texto de Carlos Coelho
Fotos: Cortesia de Fátima Santos e José O Ferreira

25 de Abril - 1974 - A Revolução dos cravos

A Revolução dos cravos, denominada historicamente - Revolução de 25 de Abril, refere-se a um período da história de Portugal resultante de um movimento social, ocorrido a 25 de Abril de 1974, que depôs o regime ditatorial do Estado Novo, vigente desde 1933, e iniciou um processo que viria a terminar com a implantação de um regime democrático e com a entrada em vigor da nova Constituição a 25 de Abril de 1976, com uma forte orientação socialista na sua origem.

Esta acção foi liderada por um movimento militar, o Movimento das Forças Armadas (MFA), que era composto na sua maior parte por capitães que tinham participado na Guerra Colonial e que tiveram o apoio de oficiais milicianos. Este movimento surgiu por volta de 1973, baseando-se inicialmente em reivindicações corporativistas como a luta pelo prestígio das forças armadas, acabando por se estender ao regime político em vigor. Com reduzido poderio militar e com uma adesão em massa da população ao movimento, a resistência do regime foi praticamente inexistente e infrutífera, registando-se apenas 4 civis mortos e 45 feridos em Lisboa pelas balas da DGS.

O movimento confiou a direcção do País à Junta de Salvação Nacional, que assumiu os poderes dos órgãos do Estado.
A 15 de maio de 1974, o General António de Spínola foi nomeado Presidente da República. O cargo de primeiro-ministro seria atribuído a Adelino da Palma Carlos.

Seguiu-se um período de grande agitação social, política e militar conhecido como o PREC (Processo Revolucionário Em Curso), marcado por manifestações, ocupações, governos provisórios, nacionalizações e confrontos militares que, terminaram com o 25 de Novembro de 1975.

Estabilizada a conjuntura política, prosseguiram os trabalhos da Assembleia Constituinte para a nova constituição democrática, que entrou em vigor no dia 25 de Abril de 1976, o mesmo dia das primeiras eleições legislativas da nova República.

Na sequência destes eventos foi instituído em Portugal um feriado nacional no dia 25 de Abril, denominado como "Dia da Liberdade".

http://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_dos_Cravos

Vídeo : "E Depois do Adeus" foi a canção que serviu de primeira senha à revolução de 25 de Abril de 1974.

https://www.youtube.com/watch?v=NN3kSHMvW-w

E depois do adeus - 25 de Abril de 1974

Em Abril de 1974, os meus Pais estavam com 53 anos de idade.

O meu Pai, militar de carreira, dava aulas aos militares que cursavam nos Altos Estudos em Pedrouços e a minha Mãe continuava a sua missão de professora de francês e português.

De dia dava aulas no liceu e à noite dava aulas a adultos em Lisboa.

Nessa época ganhava-se pouco e lá em casa além dos meus Pais havia quatro filhos para sustentar e educar.

Para os meus Pais a Revolução dos Cravos foi uma enorme surpresa. E como toda a vida foram ensinados a não serem políticos mas patriotas, assim se mantiveram.

Os meus sogros, transmontanos de nascença e um pouco mais velhos que os meus Pais, já com 60 anos, e que sofreram muitas privações com a 2ª guerra mundial por causa do racionamento alimentar imposto ao povo pelo Salazar (apesar de se dizer que Portugal não tinha participado nesta guerra), contavam que viam sair pela fronteira para Espanha camionetas carregadas de alimentos dizendo “Sobras de Portugal” enquanto os portugueses passavam fome!

Recordo-me de ouvir a minha sogra dizer que nunca tinha visto tanta fartura como depois do 25 de Abril. As pessoas começaram a viver melhor.


Isabel Machado

A festa da primavera

Após um longo interregno o PCB organizou mais um evento com a participação de mais de 70 amigos que compareceram, como sempre, com boa disposição e muito apetite.

Foi no passado dia 18 de Maio a festa de boas vindas à Primavera que se realizou no novíssimo restaurante Dim Sum localizado entre o Parque dos Poetas e o Oeiras Parque, ao lado do ginásio Virgin. Fomos inaugurar esse novo espaço da infatigavel Iolanda que tudo fez para que fosse possível a realização da Festa da Primavera do PCB, pelo que deixamos aqui o nosso agradecimento.

Boa comida, muita simpatia, música e sorteio para animar as hostes.

Viva o PCB!

Arte sacra - Maria da Graça

Arte sacra é o nome dado a toda produção artística qualificada e destinada ao culto sagrado.

Maria da Graça desde sempre revelou a sua inclinação pelas artes, sendo a Arte Sacra um dos favoritos passatempo dela.

Artesã, com muito gosto, inclui nos seus trabalhos Bentinhos, Presépios, Altares e Registos com o maior dos requintes.

Alguns exemplos do trabalho da Maria da Graça.

Bentinhos
Registo
Presépio

Registo

Registo

Registo



Livro - o Regicídio e a República - 1908-1926 - à luz da Astrologia

Um estudo astrológico sobre a República e os eventos que rodearam a sua implantação.

Que configurações astrológicas estão associadas ao Regicídio?

Em que contexto planetário se deu a implantação da República?

Que peso têm os mapas astrológicos dos protagonistas destes eventos?

Através da Astrologia Mundana, que estuda os eventos políticos, económicos e sociais, os autores abordam estas e outras questões relacionadas com este momento crucial da História Contemporânea portuguesa.

Autores: Helena Avelar, Maria Manuela Xavier e Luís Ribeiro

“Na altura em que se celebra o primeiro centenário da República Portuguesa, quisemos dar a conhecer a “versão astrológica” dos acontecimentos.

Através da Astrologia Mundana – o ramo da Astrologia que estuda os eventos políticos, económicos e sociais – explorámos este fascinante e conturbado período da História de Portugal.

Os eventos que ocorrem entre Fevereiro de 1908 e Maio de 1926 são aqui estudados à luz da Astrologia Tradicional.

Os mapas natais de alguns dos intervenientes nas manobras políticas são também analisados, de forma resumida.

Esperamos que este livro contribua para um melhor entendimento da Astrologia Mundana e que lance uma nova luz sobre a História de Portugal”.

Carlos Dias

Carlos Dias, macaense, fotógrafo amador de 1969 a 1980.
Tomou parte de exposições (salon) internacionais de arte fotográfica desde 1972 a 1980, tendo obtido vários prémios.  Em 1975 ficou classificado no “Top Ten” do Mundo, pela Photographic Society of America, na divisão de fotografias a preto/branco, tendo atingido o 3o. lugar da classificação em 1980.
Em Maio de 2013, após ter recebido uma máquina fotográfica digital DSLR da sua filha, retomou o seu passatempo de fotógrafo que tinha deixado há mais de 33 anos.  Espera poder prosseguir esta actividade enquanto a saúde lhe permitir…
Tem agora uma página no Facebook, onde ele vai postando algumas das suas fotos.


Boa sorte e bem vindo novamente, que o Carlos tem um dom especial..

Algumas fotos do Carlos.



Maria João Santos Ferreira


Maria João Santos Ferreira: Fortalecer as Heranças Culturais


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Maria João é famosa pela sua entrega à investigação académica relacionada com a gastronomia macaense, como este jornal, em devido tempo, destacou. Aqui e agora, embora, necessariamente, se fale dos seus trabalhos sobre “petisquera saboroso di Macau”, a entrevistada, com apelido de ilustre família macaense, Santos Ferreira, e assumida “maria-rapaz” na adolescência, conta-nos algumas histórias com outros sabores, evoca velhas amizades, e apela maior atenção ao que considera o “desenvolvimento do turismo cultural e imaterial de Macau”
 Helder Fernando
Desta terra natal, segue com 16 anos para Lisboa onde completa o liceu, primeiro no “Rainha D. Leonor”, depois no D. Filipa de Lencastre, até seguir estudos superiores. A famosa “licença graciosa” dos pais – uma professora de Matemática e um professor de Educação Física – facilitava este e outros tipos de opções que, bem aproveitados, podiam valorizar o conhecimento: “a minha irmã Fátima, estava lá, já com o curso liceal feito e no início do curso superior, foi a minha vez de também ficar, uma vez que em Macau não existia universidade”.
Inicialmente, quase tudo foi estranho: “desde logo o facto de vir de um liceu misto, raparigas e rapazes, como era o Liceu Nacional Infante D. Henrique, para um ensino que separava os géneros, tinha controlo horrível, por parte das funcionárias, sobre as estudantes, até havia corredores por onde não podíamos passar, era exclusivo dos professores. Uma situação medonha, para mim, eram coisas de outro mundo, principalmente no D. Leonor. No Filipa já foi um pouco melhor ou eu já estava mais calejada”.
Segunda de sete irmãos, Maria João formou-se em Filologia Germânica na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Os tempos não estavam fáceis para quem tivesse real vontade de estudar e nada mais.
“Viviam-se tempos de grande contestação estudantil em 1968/69. As associações de estudantes agitavam tudo. Para mim, a questão política era um mundo novo, nem hoje me considero muito politizada”. Recorda vários acontecimentos no âmbito universitário: “Um dia, estava  a estudar na Biblioteca, um dos raros lugares mais sossegados, quando oiço um enorme sururu “vêm aí, vêm aí!!”. Fui espreitar, claro, era a polícia com os cães. Escondi-me numa casa de banho, onde ouvia os gritos. Só saí quando tudo serenou.
Entretanto, Maria João casa em Setembro de 1973, ainda antes de terminar o curso. Fez contas e concluiu que a sua primeira filha nasceria em plena época de exames. Optou por interromper os estudos: “Uma má decisão, pois com o  25 de Abril, aconteceram imensas  passagens administrativas”. Na sequência da revolução dos cravos, era tremenda a agitação académica: “estávamos nas aulas quase totalmente controlados por colegas, cheguei a ter disciplinas em que as notas eram votadas de braço no ar, inclusivamente as decisões de passar ou chumbar. Muitos professores funcionavam como autênticos palhaços, pois alguns era perseguidos. Uma vez, por ter sido operada ao nariz, faltei algum tempo a determinada disciplina. Já restabelecida, fui falar com a professora, avisando que ía voltar às aulas; respondeu-me que por ela tudo bem, mas tinha de pedir licença à turma. Obviamente recusei, eu estava tendo uma atitude civilizada e correcta, não podia tolerar que o meu aproveitamento dependesse de qualquer militância política ou partidária, ou mesmo de agrados pessoais”.
Primeiro emprego nos CTT, centro de documentação. Isso motivou uma série de cursos que a levou à posição de bibliotecária. Pelos finais de 1990, requisitada por Macau, para comissão de serviço como técnica superior. Começou por estar cerca de meio ano nos Serviços de Obras Públicas locais. Nas memórias, esta observação: “Achei tanta coisa diferente por aqui, desde 1966, quando fui para Portugal”. Embora esporadicamente viesse a Macau de férias, não era, então, nítido o seu olhar sobre esta terra: “Foi um choque. Uma coisa é vir de férias, outra é vivermos cá. Senti algumas… digamos que fricções, por parte de várias pessoas. Não direi inveja, mas talvez um grande desconforto entre alguns macaenses – “então esta esteve tanto tempo fora, e agora vem com uma categoria superior à nossa”. Lembro-me que disse a uma pessoa, olha, não tenho culpa de ter obtido um curso superior, não estou como funcionária do quadro local, quando terminar a comissão de serviço vou embora, não faço sombra a ninguém, nem a avaliação de serviço influencia a minha carreira em Portugal, até porque não sou funcionária publica, os CTT são uma empresa pública, mas distanciada do quadro do funcionalismo”.
Algumas naturais diferenças de mentalidades e rotinas entre distintas comunidades de cá e de lá, reflexo de diferentes influências, acompanhando as mudanças políticas e administrativas, suscita algum grau de curiosidade a Maria João, também do ponto de vista académico: “antropologicamente, poder ser um bom tema de estudo. A minha irmã Fátima, na minha ausência guarda-me religiosamente todos os jornais de Macau que, quando volto, leio e recorto os artigos que interessam à minha área de estudo. Noto que hoje as pessoas se envolvem no bem comum, são mais participativas, têm a sua opinião”.
Nas Obras Públicas, Maria João notou aquilo a que chama “espartilho burocrático”, incluindo a aplicação da “lei dos cônjuges”, pois demorava demasiado a colocação do marido, que em Portugal era director financeiro e administrativo de Filmes Castelo Lopes. “Em Macau vim encontrar rotinas muito diferentes e a que não estava habituada, a ponto de me sentir emigrante na minha própria terra”, recorda, hoje, de sorriso aberto, e à mesa de um café no centro de Macau, em mais uma das suas temporadas na região. Posteriormente trabalhou no Fundo de Pensões até 1993, altura em que regressa aos CTT em Lisboa, na fase da “convulsão no auge, com a separação correios de um lado e telecomunicações do outro, fui para as telecomunicações, mas em Dezembro desse ano rescindiram-me o contrato, como prenda de Natal”.
Intervalo de 10 anos “com trabalho, mas sem emprego”, em que várias coisas aconteceram, inclusivamente ficar viúva. Com a perda de documentação que provava as habilitações académicas, circunstância que, na época, prejudicou bastantes pessoas, como é público, teve de repetir nove cadeiras que já tinha ultrapassado.
Acompanhava à distancia o que sucedia em Macau, através de telefonemas e por cartas. Redes sociais ainda ninguém sabia o que viriam a ser tais coisas. Havia a vontade em conviver, criar dinâmicas. É quando uma macaense amiga, Virgínia Badaroco, tem a ideia da criação do PCB, Partido dos Comes e Bebes: “Duas ou três vezes por ano alugávamos o anexo da Casa de Macau, nas imediações do aeroporto, fazendo lá as nossas confraternizações onde cada um levava um petisco, quem não levasse contribuía com ajuda financeira. Era muito agradável, chegávamos a ser mais de 100 convivas. Hoje é um pouco diferente, marcamos um salão num restaurante que chega a ficar por nossa conta”.
Na leitura que Maria João Santos Ferreira faz destas tertúlias, “elas são alegres, recordamos histórias vividas por cada uma de nós, quando éramos mais novas, lembramos acontecimentos engraçados, mas também pessoas amigas que já partiram, mas permanecem na nossa melhor memória, enfim a vida em Macau por essa época. Pode ser que seja saudosismo”. Neste ponto. Evoca amizades, muitas delas com quem se encontra ciclicamente: “a Lurdes Machado, o Roberto, a Regina Alves, o Manuel Alves, o Zé Boiol, a Clara Azedo, a Leonor Xavier, as nossas tertúlias são sempre uma festa”.
Medida prioritária para Macau, menciona a necessidade de maior “incremento do turismo cultural e imaterial, tentando fortalecer as pontes entre costumes e hábitos diferentes, afinal a maior herança cultural da minha querida terra. Destaco o contributo dado pelo Miguel Senna Fernandes e o Grupo Dóci Papiaçám di Macau, para manter acesa uma certa cultura macaense, é um buraquinho que se tapa”.
Sempre assumindo com orgulho a condição macaense, Maria João sente-se dividida entre esta sua terra natal e Portugal, onde vive a maior parte do tempo. Sendo que é por Macau que se debruça com o maior afecto e com o maior empenho académico. Autora de dois livros sobre culinária de Macau, presentemente  constrói a já mencionada tese “A Gastronomia no Turismo Cultural de Macau”, porventura caso único mundialmente, tendo como orientadora Inês de Ornellas e Castro.

Dia de Espiga

Dia da espiga ou Quinta-feira da espiga é uma celebração portuguesa que ocorre no dia da Quinta-feira da Ascensão com um passeio matinal, em que se colhe espigas de vários cereais, flores campestres e raminhos de oliveira para formar um ramo, a que se chama de espiga. Segundo a tradição o ramo deve ser colocado por detrás da porta de entrada, e só deve ser substituído por um novo no dia da espiga do ano seguinte.
As várias plantas que compõem a espiga têm um valor simbólico profano e um valor religioso.
Crê-se que esta celebração tenha origem nas antigas tradições pagãs e esteja ligada à tradição dos Maios e das Maias.
dia da espiga era também o "dia da hora" e considerado "o dia mais santo do ano", um dia em que não se devia trabalhar. Era chamado o dia da hora porque havia uma hora, o meio-dia, em que tudo parava, "as águas dos ribeiros não correm, o leite não coalha, o pão não leveda e as folhas se cruzam". Era nessa hora que se colhiam as plantas para fazer o ramo da espiga e também se colhiam as ervas medicinais. Em dias de trovoadas queimava-se um pouco da espiga no fogo da lareira para afastar os raios.
simbologia por detrás das plantas que formam o ramo de espiga:
  • Espiga – pão;
  • Malmequer – ouro e prata;
  • Papoila – amor e vida;
  • Oliveira – azeite e paz; luz;
  • Videira – vinho e alegria e
  • Alecrim – saúde e força.
Texto da Wikipedia
Foto tirada da Internet

Bem-estar

Dê cor à sua vida

Desempoeire o seu estojo de pincéis e afaste a melancolia.
Um recente estudo americano conclui que as pessoas que fazem algo criativo todas as semanas vão menos vezes ao médico, tomam menos medicamentos e sofrem menos de depressão do que aquelas que nunca exploraram o seu lado artístico.



Inscreva-se em aulas de pintura, num grupo de canto ou numa companhia de teatro amador. Cultive-se e aproveite as novas amizades que daí podem surgir.

Curiosidades - Vacinas

Qual foi a primeira vacina criada?

A primeira vacina testada em seres humanos foi a vacina contra a raiva, desenvolvida em 1885 pelo cientista francês Louis Pasteur. O pesquisador iniciou seus estudos sobre a raiva e obteve o primeiro êxito na criação de uma vacina anti-rábica de grande repercussão mundial.

Pasteur ficou conhecido pela técnica de pasteurização. Ele revolucionou a ciência do século XIX e foi o primeiro a compreender o papel dos microrganismos na transmissão das infecções.

Para minimizar o poder dos vírus e reduzir a infecciosidade dos microrganismos, ele utilizava técnicas para inocular os animais e para provocar uma doença mais atenuada. O que Pasteur fazia era ajudar o animal a se defender contra doenças.

A primeira vacina contra a raiva foi testada por Pasteur em 1885, num rapaz que havia sido mordido por um cão. Esse foi o primeiro caso de um ser humano que conseguiu sobreviver à raiva.

Durante o século XX, foram desenvolvidas várias vacinas contra doenças infecciosas, como a tuberculose, a difteria, o tétano e a febre amarela. Depois da 2ª Guerra Mundial, os cientistas criaram as vacinas contra a poliomielite, o sarampo e a rubéola.

Hoje, existem mais de 50 vacinas no mundo, e muitos países promovem campanhas de vacinação para proteger seus cidadãos contra doenças infecciosas. O grande desafio da atualidade é descobrir novas vacinas contra doenças que ainda não têm cura, como a Aids, por exemplo.

Bebés no Ano do Cavalo


Algumas pessoas nascem com sorte. Mas os chineses preferem não deixar que o acaso dite a sorte dos seus filhos. Muitos casais estão a tentar desesperadamente engravidar antes do fim de Maio, numa corrida contra o tempo para que os seus bebés nasçam no auspicioso Ano do Cavalo. Não querem ter um bebé em 2015, o temido Ano da Ovelha.

As ovelhas são bichos mansos cujo destino é o matadouro. Diz a superstição que, quando crescerem, os bebés nascidos no Ano da Ovelha vão tornar-se seguidores e não líderes. Muitos chineses acreditam que estas crianças serão infelizes no casamento e não terão sucesso nos negócios. Um ditado popular diz que só 10% das pessoas nascidas no Ano da Ovelha encontram a felicidade.

Os profissionais de Saúde confirmam que a procura de consultas de fertilidade aumentou nos últimos meses. E alguns médicos mostraram-se preocupados por se poder vir a assistir a um correspondente aumento de abortos no final do ano, quando os casais fizerem as contas e perceberem que os filhos não vão nascer no Ano do Cavalo. Segundo o calendário lunar chinês, o Ano da Ovelha (também chamado da Cabra ou do Carneiro) começa a 19 de Fevereiro de 2015, por isso a janela para a concepção termina no fim do mês. Muitos casais estão a ir ao médico perguntar se podem adiantar o parto fazendo uma cesariana, diz Li Jianjun, obstetra no hospital Família Unida de Pequim.

A febre dos bebés está tão propagada que a agência noticiosa estatal emitiu um despacho tentando desmistificar a má sorte dos nascidos no Ano da Ovelha — são mitos “infundados”, lia-se no texto.

“Damos o nosso melhor para que os casais não acreditem na superstição da ovelha”, diz uma funcionária do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças. A mulher, que pediu anonimato porque não foi autorizada a dar entrevistas, diz que o assunto se tornou tão recorrente que é mencionado nas aulas frequentadas pelos futuros pais.

Os profissionais médicos não têm uma tarefa fácil nesta luta contra a superstição. A funcionária diz que mesmo os seus colegas no Centro de Controlo de Doenças são obcecados com a suposta boa sorte que o Ano do Cavalo dá.

Não se sabe ao certo como o Ano da Ovelha ganhou tão má reputação. Cada um dos 12 animais do zodíaco chinês tem virtudes e defeitos. Os favoritos são o dragão, que é seguido pelo tigre e pelo cavalo — um animal energético e associado ao sucesso, segundo os provérbios chineses.

Até os ratos (considerados espertos e ágeis) e as cobras (que parecem dragões em miniatura) estão associados à boa sorte. Mas as ovelhas têm poucas qualidades, segundo algumas interpretações.

Os nascidos nos anos da ovelha são considerados passivos, leais, generosos e bondosos. Algumas destas características são virtudes num mundo perfeito, mas não são qualidades neste mundo real e cão.

“É uma superstição infeliz e anacrónica”, diz Dong Mengzhi, de 74 anos, presidente honorário da Sociedade de Literatura Popular e Arte de Pequim. “Mas para muitos é uma forma conveniente de explicarem as imprevisibilidades do mundo”.

Justa ou injustamente, uma das primeiras coisas que os pais de Zhang Xiaolei fizeram quando ela ficou noiva, em 2012, foi sentarem-se com o calendário à frente a planear o nascimento do primeiro neto. “Decidimos por unanimidade apressar as coisas para evitarmos o Ano da Ovelha”, diz esta mulher de 27 anos, que é funcionária pública na província de Shangdong. O seu marido deixou imediatamente de beber e começou a fazer exercício para aumentar a sua fertilidade. Zhang começou uma dieta e a dormir mais horas. Mas passados um ano e meio, Zhang continua sem engravidar. “Não sei o que se passou”, diz Zhang. “Talvez tenha sido a pressão”.

Zhang e o marido — ambos nascidos num Ano do Dragão, o mais auspicioso de todos — consolam-se com a ideia de que o seu filho não será uma das tais dez ovelhas que não vão encontrar a felicidade, caso não consigam engravidar ainda este ano.

Alguns demógrafos reconhecem a importância cultural dos signos, mas outros não concordam com a tese que diz que afecta a taxa de natalidade a nível nacional. Algumas províncias e hospitais mostram aumentos de natalidade em anos de signos relacionados com a boa sorte e um decréscimo nos anos da ovelha. Mas não se nota uma influência decisiva na demografia nacional, diz Duan Chengrong, um especialista em população, que em 2003 publicou um dos raros estudos sobre este fenómeno na China. “Não quer dizer que não seja um factor. Mas é um factor cujos resultados se diluem, e são secundarizados, nos números globais“, diz numa entrevista telefónica.

As receitas da Ti Mari

Receitas de Bolinholas

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MAMUN
13 ovos todos com clara bem batido gemas bate aparte bem batido
mesture 6 tel de assucar e 4 tael de farinha 3 tael de manteguilha e
pouco paça.

38
MARKAZOTE
1 catte de assucar, 1 catte farinha, 36 ovos ametade com clara, e
todos com gemas.

39
MERENGUE
7 claras somente bem batido 1 catte e ½ de assucar bem batido.

CATTE - 1 cate corresponde a 604,8 gramas.  1 cate tem 16 taeis e 1 tael equivale a 37,8g.




Receitas da TI Mari - Livro manuscrito no século 19, (com 138 anos) oferecido gentilmente pelos Confrades Florita Morais Alves e Victor Morais Alves, à Confraria da Gastronomia Macaense, da autoria da Senhora D. Francisca Alvez dos Remédios (Ti Mari).


Nota: As receitas aqui expostas são exactamente as que estão escritas nos apontamentos da senhora D. Francisca dos Remédios. Quanto à confecção das mesmas fica ao critério de cada um. Vá lá, puxem pela imaginação e cozinhem com paixão e não se esqueçam de nos informar dos resultados obtidos, combinado?  

Gastronomia das regiões de Portugal

Gastronomia Alentejana

O Alentejo Litoral apresenta uma grande diversidade gastronómica, dada a proximidade do mar, revela variados pratos de peixe e marisco, contrariamente à cozinha tradicional alentejana em geral, praticada no interior em que predomina a carne de porco e de borrego.

Coentros, beldroegas, poejos e hortelã
A gastronomia da região alentejana é tradicionalmente sazonal. Novembro, Dezembro e Janeiro são os meses da matança do porco. Os borregos na Páscoa. O ensopado de borrego, o borrego assado no forno, entre outros cozinhados, são verdadeiras iguarias. A esta tradição juntam-se as épocas das verduras ou dos temperos para as tradicionais sopas ou açordas: os coentros, os poejos, as beldroegas a hortelã e outros.
Ensopado de borrego, migas, sopa de cação e açorda

Além das migas, à base de carne de porco, ou dos pratos de borrego, no Alentejo Litoral surgem o ensopado de enguias e a tradicional sopa de cação (uma variedade de tubarão). Um pouco por toda a região, a caldeirada de peixe e o peixe grelhado, além de outros frutos do mar.

Contudo, as carnes, nomeadamente os enchidos, não deixam de ocupar um lugar de destaque. O porco é temperado com massa de pimentão e, não raras vezes, conservado e cozinhado na sua gordura. Entre os enchidos, predominam as linguiças, os chouriços de grande variedade e os paios. Em muitas padarias e mercearias pode-se adquirir os famosos e muitos apreciados bolos de torresmos (barriga de porco frito).

O pão é, como em todo o Alentejo, um componente em toda a alimentação a que se juntam os queijos regionais e os vinhos, onde se produzem os melhores vinhos do país, onde predominam as castas: 

Tintas| Alfrocheiro | Alicante Bouschet | Aragonez | Cabernet Sauvignon | Castelão | Syrah | Touriga Nacional | Trincadeira.

MV

Fotos tiradas da Internet