Casamentos de Santo António - Uma tradição renovada - Junho 12, 2013

É um dos pontos altos das Festas de Lisboa, momento de tradição que se renova e todos esperam. O sol decidiu espreitar Lisboa e contribui para tornar mais radiosos os casamentos de Santo António, juntando-se aos milhares de populares que saudaram os dezasseis casais no dia 12 de Junho. Cinco celebraram o “pacto do amor” na cerimónia civil realizada nos Paços do Concelho, à tarde foi a vez dos restantes onze cumprirem o ritual religioso na Sé.
António Costa, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, acompanhou de perto e entusiasticamente as cerimónias, Simonetta Luz Afonso, presidente da Assembleia Municipal, e vários vereadores da autarquia também não faltaram. Os Casamentos de Santo António contaram também com seis casais especiais que neste dia completaram cinquenta anos de casamento: os Casais de Ouro.
Os casais seguiram ao final da tarde em desfile pela Avenida da Liberdade para o copo de água, este ano realizado na Nave da Estufa Fria que reabriu para esta ocasião.
União civil nos Paços do Concelho
Num dia que começou cedo, como sempre acontece em dia de casamento, depressa se percebeu que o sol estava disposto a colaborar. Pontualmente, sugerindo talvez um “acordo” entre Santo António e São Pedro, em oito minutos e dezoito segundos a luz do sol atravessou o espaço e chegou à Praça do Município, para receber os cinco casais que optaram pela união civil, no Salão Nobre dos Paços do Concelho.
A cerimónia, testemunhada por António Costa, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Simonetta Luz Afonso, presidente da Assembleia Municipal, e pelas vereadoras Graça Fonseca e Maria João Mendes, contou ainda com a presença de oito casais muito especiais, que se uniram em 1963 no âmbito da iniciativa então designada “Noivas de Santo António”.
Os oito “casais de ouro” presentes, provaram que “só o tempo compreende a importância do amor”, como manifestou António Costa, no brinde que acompanhou a oferta do filme, da RTP, dos casamentos de 1963. Para o autarca, mais do que uma tradição, que a Câmara de Lisboa tem apoiado, os Casamentos simbolizam a confiança no futuro de Lisboa.
Cerimónia religiosa na Sé
O calor que se fazia sentir não afastou a numerosa população concentrada no Largo da Sé para receber com fortes aplausos noivos e noivas. Como manda a tradição os futuros maridos chegaram primeiro, visivelmente nervosos, as noivas perfilaram-se cerca das 14h15 na entrada da Sé e desfilaram em direção ao altar, onde as aguardava o Cónego Luís Manuel que dedicou a homilia ao rito do casamento.
Recorrendo a uma parábola centrada no (Mt, 7,21.24-25), o Cónego lembrou que “uma coisa é construir a casa sobre uma rocha e dar-lhe alicerce firme, outra coisa é construí-la sobre a areia”. Ao som do Coro da Paróquia do Espírito Santo, os noivos trocaram alianças, antecedendo a renovação dos votos dos casais que, neste dia, completaram cinquenta anos de matrimónio.
Terminada a cerimónia, os nubentes juntaram-se à entrada da Sé para a tradicional fotografia de grupo e, sempre muito aplaudidos pelos populares que se concentravam no largo e nas ruas adjacentes, seguiram acompanhados pela Banda Filarmónica da Carris para a estátua de “Santo Casamenteiro”, onde depositaram flores.
Na Rua da Prata juntaram-se os dezasseis casais, de onde desfilaram em diversos Tuk-Tuk rumo ao copo de água. António Costa, Simonetta Luz Afonso e diversos vereadores, receberam os noivos, numa receção que contou também com o presidente do Conselho de Administração da RTP, Alberto da Ponte.
Após as boas vindas de Wanda Stuart com a canção “O Amor”, os casais dançaram a tradicional valsa e foram saudados pelo presidente da Câmara, que afirmou ser este “um dia muito feliz para a cidade de Lisboa porque os Casamentos de Santo António são uma parte muito importante das nossas festas.” As primeiras palavras de António Costa foram para os noivos, que saudou ainda os pais, mães e famílias, bem como os oito Casais de Ouro.
A anteceder o brinde de champanhe, o edil afirmou ironicamente que ”este é um grande estímulo, pois os novos casais têm que completar pelo menos cinquenta e um anos de matrimónio para os vencer."
A noite ainda era uma criança e só terminou com um desfile na Avenida da Liberdade, onde se apresentavam as marchas populares a concurso nas Festas de Lisboa. Muito aplaudidos, os casais festejaram noite dentro o matrimónio com marchantes e populares. O descanso merecido de um dia memorável fica reservado para a lua de mel, na zona do Douro.

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