A vitrina do atelier e loja de porcelanas chinesas frente ao cinema Capitol retinha-me sempre que por lá passava para ficar a admirar as peças expostas que, geralmente eram jarras de motivos variados, florais, paisagens "san-soi", divindades, peixes dourados e pagodes.
Era 1973, tinha eu 14 anos e andava no 4º liceal, a minha tia, irmã da minha mãe, trabalhava nessa altura nesse atelier de porcelana chinesa como pintora especialista, chegaram as férias grandes e resolvi tentar concretizar o meu sonho, fui falar com a minha tia para trabalhar com ela durante as férias.
Consegui lugar no atelier nas Três Lanternas. Fiquei deslumbrada quando soube que ia pintar o "mandarim". Os pratos eram previamente cozidos com os desenhos a preto, que continham pêssegos, lótus, pagodes e concerteza mandarins. As cores essenciais na paleta eram verde e rosa. Contavam, também, com castanho, preto, laranja e amarelo. Uma pintura fácil que exigia, fundamentalmente, a utilização das tonalidades certas.
Sempre que vejo agora peças de mandarim recordo-me desse meu primeiro contacto com a pintura de porcelana que, embora básica, deu-me a certeza de que essa pintura me dá muito gosto.
Setembro 2013
Celestina Rocha
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