Bom regresso de Férias



 Esperamos que as vossas férias tenham sido muito divertidas e as forças retemperadas.

Desejamos a todos a continuação de um bom ano de trabalho.

Boa leitura

Aniversariantes do PCB

Muitos Parabéns e as maiores felicidades!

Julho - Fausto Manhão
Agosto - José Manuel Silva, Rigoberto do Rosário, Manuel Ferraz e Isabel Machado
Setembro - Maria João Santos Ferreira, Edith Lopes e Filipe do Rosário

Felicitações

Há bem pouco tempo felicitávamos os nossos amigos pela chegada da "cegonha". Agora felicitamos os nossos amigos pela chegada dos "avós"!!!
Parabéns, Flávia & Nico, Zinha & Joel pelos netinhos que vieram alegrar as vossas vidas! Aos bébés, papás e restante família desejamos muitas felicidades e longa vida!

A festa da Lua

       Realizou-se no dia 29 de Setembro a nossa emblemática Festa da Lua.
       Concorrida como sempre e com uma ementa de fazer crescer a água na boca, foi mais uma ocasião para um belo convívio entre amigos com boa comizaina, muita cantoria e bailarico.
       Agradecemos a colaboração e o entusiasmo de todos os que tornaram possível mais este evento do calendário das Festas do PCB.
       Poderão ver as fotos da festa no nosso site: www.gentedemacau.com

Festa da Lua - Foto do grupo

O 10º Aniversário do PCB

O PCB festejou o 5º aniversário do lançamento do site www.gentedemacau.com e o 10º aniversário da criação do PCB no passado dia 20 de Julho.
A comemoração dos dois eventos realizou-se no Restaurante Dim Sum no Cacém, a nossa “cantina” preferida, com um almoço servido com esmero, onde estiveram presentes os membros do PCB acompanhados de familiares e amigos muito chegados, alguns dos quais de férias em Portugal.
Foi um almoço muito animado e divertido, com encontros inesperados e reencontros de 40 anos. É disto que é feito o PCB.

O PCB no JTM

Testemunho de 2 amigos macaenses sobre o PCB


Dez anos em defesa da identidade macaense e seus valores bem merecem o nosso aplauso!


Encontrando-nos de férias em Portugal aquando da passagem do 10º aniversário da fundação do Partido dos Comes e Bebes ( PCB ) – “partido” em boa hora criado por um grupo de inspirados Macaenses, entre os quais se contam dois dos meus irmãos e os seus cônjuges, - o Alfredo e eu não podíamos faltar ao “ iam chá” de celebração.



Tal como no convívio de inauguração do PCB, a que também tivemos o privilégio de assistir, o ambiente foi de grande alegria e boa disposição, não faltando abraços, beijos e gargalhadas.

Assim foi durante os dez anos de existência do PCB e acredito que será sempre assim, porque se trata de uma imagem de marca de todas as reuniões organizadas por este grupo – é que da alegria do reencontro de amigos que partilham tantas coisas em comum, muitos desde os bancos da escola, só pode mesmo resultar uma efusiva e contagiante explosão de amizade, entusiasmo, solidariedade e bem-estar.

Sempre presentes nessas reuniões – Macau, a nossa terra, fundamental traço de união entre todos; o que ela é, o que somos, aquilo em que acreditamos.

Bem haja, PCB! Parabéns, votos de continuação do excelente trabalho que fazem em prol da comunidade macaense residente em Portugal.

Com um forte abraço de muita amizade e admiração do Alfredo e da Anabela.

Poema de António Maia

                  Adorável PCB

As festas do PCB são alegres maravilhas
Os petiscos divinais e as Pessoas divertidas
Canta-se em Patuá lindas canções
E o karaoke faz parte das recordações
  
A pista de dança fervilha de júbilo e vida
Os anos sessenta- setenta a isso convida
Felizes regressam a casa na noite tardia
Desejando voltar à mesma alegria…

Macaízação das palavras

TAK NG TAK - PÓDE NOM-PODE – MACAIZAÇÃO

Os Macaenses foram sempre exímios na adaptação às circunstâncias da sua vida, muitas vezes adversas ao que seriam desejáveis. Não me refiro apenas às condições impostas pelo quotidiano no estrangeiro, para onde emigraram. Poderia mencionar aqui vários exemplos de sucesso, demonstrando cabalmente essa capacidade de que acabo de falar, a qual é inerente à sua natureza. Reporto-me também à sua sua aptidão de se ajustar à sua própria terra.

É irónica a situação de ter também de se adaptar a Macau, terra em que nasceu o Macaense e em que provavelmente passará os seus últimos dias. Mas é um facto. Talvez porque a sua condição de mestiço, para além de conferir um cunho especial à sua presença secular em Macau, lhe coloca no limiar que separa dois mundos, ora pendendo para um, ora para o outro. O Macaense é a simbiose destes dois mundos, que sempre viveram paredes meias num território tão exíguo como a sua terra.

O seu contacto com chineses numa terra governada por portugueses granjeou-lhe formas de comunicação que se lhe tornaram próprias, ditadas muitas vezes pela necessidade pragmática de tradução de realidades que o seu vetusto e parco vocabulário não permitia. De facto, o Patuá, desde cedo condenado a ser língua do segundo plano, não tinha campo para melhor expansão e evolução natural. Porém, o Macaense contornou esse obstáculo. Sem trair a vertente linguística radicada no português, ele importou palavras, expressões idiomáticas, interjeições, simples formas de oralidade, oriundos de outras línguas. E fê-lo “macaizando-as”, tornando-as macaístas.

Foi um processo que, a meu ver, ocorreu a partir do início do século XX e que consistiu na tradução literal, total ou parcial, para o português, de palavras e de expressões que lhe são estranhas, conservando-se a semântica original. Não há nada de original nisso, pois corresponde a algo de comum a todos os povos que tiveram a experiencia colonial, em que era uma constante o contacto entre duas ou mais línguas, sendo uma a língua do Poder e outra a mais utilizada pela população. Em Macau este interessante processo foi crucial no prolongamento da Língu Maquista, tornando-a mais rica.

Não vou fazer uma lista exaustiva dos casos em que tal fenómeno aconteceu, nem tal seria possível.
Mas, vamos a alguns exemplos pitorescos.

a) Bafo-comprido.
Não existe no português padrão, pois “ar exalado que está prolongado” pouco sentido faz. Todavia a coisa muda de forma se associarmos à expressão cantonense CHEONG HEI (長氣), literalmente “COMPRIDO AR” que se emprega para referir a alguém que fala sem parar.

b) Sentâ
Sentar-se é uma das posições possíveis que escolhemos para repousar o nosso corpo, seja sobre uma cadeira, seja sobre um banco. Mas “sentâ-caréta” ou “sentâ-barco”, já nos deixam incomodados. Porém, é do cantonense que vem o seu sentido: CHÓ CHÉ (坐車) e CHÓ SUN (坐船), transportando-se de carro ou de barco, seguindo os passageiros, normalmente sentados.

c) Abrir/ fechar (Abrí/Fichâ)
Todos entendemos o que seja abrir e fechar uma porta, uma janela ou os olhos. Mas a luz, a água, ventoinha, ar condicionado ou a bola também? No cantonense a palavra HOI (開) abrange não só a noção de abrir, como também a de aceder, começar, inaugurar. Assim, ABRÍ LUZ (開燈) quando está escuro, ABRÍ ÁGUA (開水) para tomar banho ou ABRÍ VENTOINHA (開風扇) quando está quente. E também ABRÍ BOLA (開波), quando se assinala o começo de uma partida de futebol. 

d) Nascer criança (Nacê quiança)
Há uma diferença que é óbvia na língua portuguesa, entre o dar à luz e o nascimento de uma criança. O Macaense também faz a mesma diferença, mas nos seguintes termos: “Quiança tá nacê” (a criança está a nascer) e “Ela tá nacê quiança” (ela está a dar à luz). Esta aparente confusão deixa de o ser se constatarmos que no cantonense SANG CHAI (生仔) (“NASCER” + “FILHO”) tem o significado de pôr uma criança no mundo.

e) Descarâ 
Descaramento é sinónimo de falta de vergonha, de insolência, de torpeza. Quem é descarado, não tem cara, não tem pudor. Em Macau, acontece precisamente o contrário: o descarado é também desprovido de cara, todavia, no sentido de envergonhado, humilhado. Trata-se de uma importação do cantonense TIU MIN (丟臉) que significa “perder face”. Assim “Ele já discarâ iou” toma o sinónimo de “ele desfeiteou-me, humilhou-me”. 

f) Tem hora que... 
Trata-se de uma expressão comum entre macaenses, equivalente a “de vez em quando” e “às vezes”. A estranha construção macaense - que até seria incorrecta segundo a gramática portuguesa - teria sido adoptada do cantonense IAO SI (有時), (“TER” + “TEMPO/HORA”)

g) Amochai
Os diminutivos na Língua Portuguesa muitas vezes exprimem mais afecto que tamanho. É frequente alguém dizer “meu jardimzinho” querendo com isso referir-se ao seu mimado jardim. “Amorzinho” também se situa no mesmo contexto de afecto e respeita a uma pessoa ternamente amada. Em Macau, porém a mesma palavra sofre uma alteração interessante: o sufixo “zinho” é substituído por CHAI (FILHO 仔). Por conseguinte, AMOCHAI (“AMOR” + “CHAI 仔”) é uma bela fusão de duas palavras de origens diferentes que exprimem sublime afecto.

h) Vai-vem... 
Construção frásica muito comum nas frases macaístas. O ir e vir exprimem movimento incessante de quem se encontra incomodado. Diz-se ANDÂ VAI ANDÂ VEM a quem, sem sossego anda de um lado para o outro. PENSÂ VAI PENSÂ VEM, fá-lo quem, desesperado não encontra solução para o problema que o apoquenta. MEXÊ VAI MEXÊ VEM é o irrequieto que mete a mão em tudo quanto é sítio sem encontrar aquilo que procura.

Trata-se de uma construção que deriva do cantonense 來 (嚟) VIR … 去 IR, com o mesmo modo de utilização. Assim, em correspondência ao que atrás escrevi, temos 行來行去 (HANG LOI HANG HOI), 想來想去 (SEONG LOI SEONG HOI).
Esses são alguns de muitos exemplos que podia citar para referir como a nossa língua foi moldada com o decorrer do tempo, em particular, com a introdução do elemento chinês. A “Macaização” foi um instrumento fundamental para a manutenção da língua a qual tinha de mostrar versatilidade suficiente para dar resposta aos novos desafios da sua utilização.

Não se pense que essa “macaização” tenha ocorrido apenas em relação ao cantonense. 
O Macaense que se estabeleceu em Hong Kong teve que se adaptar às novas condições de vida imposta por uma cultura diferente. Todavia, não desistiu da sua lingua de origem ao aceitar o inglês por razões de sobrevivência. Antes, macaizou-o.

Falemos disto numa próxima oportunidade.

Sâm assi-ia!                                                      Miguel de Senna Fernandes

Patuá e o nosso Teatro

Vídeo promocional da candidatura do Teatro a Património Cultural Intangível da RAEM - O Palco da Multiculturalidade

Receita de Tacho (chau-chau de pele)

Este delicioso petisco prepara-se geralmente no Inverno, na época do Ano Novo Chinês, e leva os seguintes ingredientes: 1 galinha 1 lb de porco 1 lb de vitela 1 chispe 2 pernas de pato salgado 1lb de chouriço chinês 1 ¼ lb de pele torrada 1 lb de nabos muito tenros ½ de couve 1 lb de “kai-lán-sâm” 1 cebola da Índia 1 cebola seca
PRIMEIRA PARTE: Tempera-se a galinha já cortada em 8 pedaços, o porco, a vitela e as rodelas de chispe com sal e pimenta: deixam-se neste tempero por algum tempo.
SEGUNDA PARTE: As pernas de pato salgado e os chouriços são cortados aos bocados e cozidos em banho-maria.
TERCEIRA PARTE: A pele torrada, depois de lavada em água morna e bem limpa de pêlos e escaldada, é posta à parte.
QUARTA PARTE: Os vegetais devem ser bem lavados e tenros; os nabos cortados em tiras grossas, para não se partirem.
Modo de preparar:
Deita-se em banha suficiente num tacho para estrugir cebola da Índia e cebola picadas; logo que estas alourarem, juntam-se-lhes o porco, a vitela, o chispe e, por fim, os 8 pedaços da galinha. Mexe-se tudo muito bem Para não ficar colado ao tacho e, só depois de muito bem refogado, é que se lhe junta água que cubra as carnes e mais 2 cups; deixa-se ferver por 1 hora, após o que lhe juntam as peles escaldadas, e cozinha-se a lume brando. Se os bocados de chispe forem duros, deixem-se cozer até que se retirem os 8 bocados de galinha, de maneira a não ficar a carne desfeita. A seguir, juntam-se-lhes os vegetais e só 45 minutos antes de se retirar do lume é que se deitam os bocados de pato e os chouriços.
Esta receita foi tirada da Semana Gastronómica Macaense, realizada em Março de 1983, em Macau, e coordenada pelas chefes de cozinha D. Aida Jesus e D. Alice Pinto Marques.
Cortesia de Carlos da Silva Manhão

Rir é o melhor remédio

Uvi, iou vem contá unga istória pa vosotro tudo.
Ano passado iou já ficá doente chomá 112 cartá vai hospital.
Acunga hospital inchido que inchido, nôm tem vanda pa bota iou. Cavá unga bombeiro já leva iou pa unga quarto, quelora iou já ficá onçom onçom nunga canto.
Iou ta doente, ôlo fichado, mas pódi uvi bem feto unga bombero falá pa otro:
- É pá, aqui não!
Acunga otro já respondê:
- Não faz mal, não está cá ninguém!
Cavá, azinha azinha dôs bombero já vai fora-ia.
    Iou, chuchumeca, virá iou-ça ôlo olá onde elotro já largá iou. Sã unga quarto com dôs cama di pedra!
Cavá quanto hora passado, acunga dôs bombero já volta, cartá unga sium di cara tapado, botá nunga cama di pedra, logo falá pa iou:
- A Sra. está com sorte, já temos uma vaga para si no 1º andar.
     Iou qui-da mêde. Acunga dôs mufino já pinchá iou na quarto di morto!
Julia Gordo

O jogo da nossa infância

Papagaio, Sarangom ou Chi Iu

Mais um brinquedo de confecção caseira que ocupava horas e até dias.
Faz-se uma armação em bambú que se fora com papel em forma de losango. Decora-se ao gosto de cada um com motivos geométricos, círculos ou faixas, muito coloridos, alguns dos quais bem conhecidos e facilmente identificáveis pela “malta”.
Os principiantes colocam uma cauda mais ou menos longa, porque permite um maior equilíbrio quando lançado ao ar.
O objectivo é tentar cortar o fio do papagaio do adversário.
Para maior sucesso deste objectivo, prepara-se o fio, impregnando-o com uma mistura de cola e pó de vidro, enrolando-o entre duas árvores até secar.     Após este procedimento, volta-se a enrolar o fio no rolo de bambú, prende-se o sarangom que ficará assim pronto para ser lançado ao ar para uma competição frenética.

Recordâ sã vivê

       
Dessá iou vêm iscrevê unchinho más na Recorda Sã Vivê, istunga vez vêm
contá qui cuza têm na casa de Rua S. Miguel, mudá vâi Mong Há Avenida Conselheiro Ferreira de Almeida, non pódi recordã si sã 111 ou 113, istunga casa ficá na dianteira de Cemitério Nossa Senhora da Piedade, juntado co Bairro Governador Albano Oliveira (San Pát Kán Hoc).
       Casa véla, falá sã grándi nunca sã, falá sã pichote nunca sã, tem su chiste, têm gudám qui avó já alugâ pa china, riva nosôtro ficá, têm varanda nos brincá, toma fresco na verão, tamêm tem vaso co fula fula, têm quintal úndi botá ropa sugá, têm dôs casa pa botá tudo laia laia de ancuza, unga casa já câi na tufão, nos quiança pódi brincá somente atarde lôgo sol já vâi ia.
       Istunga casa véla têm su chiste, têm mobilia antigu qui iou mostra co unga fotografia, armário vidro qui têm na esquerda iou ficá co eli até vêm Portugal ficá, iou sa irmão papiá pa iou qui já oferecê pa Professora de História Beatriz Silva qui já botá na museu, iou nunca más olá pa istunga armário, qui sábi úndi têm ia, copa qui têm na direita, têm tampo de mármore, já quebrá na quarta vez qui nos muda casa e pinchá fóra ia. 
       Casa antigu sã de iou sa avó mâi, já vendê pa su filo Eduardo, assi nosôtro tem qui mudá, istunga vez sã iou sa primeira vez mudá casa, quelóra iou têm somente seis ano. 
       Iou sa mâi co quiada tudo dia gavatá tudo ancuza de armário armário vêm fóra, roupa roupa vêla sêví pa embrulá loiça loiça, ancuza vélã quebrado sã pincha tudo fóra. 
       Mâi, logo ólâ vendilhão de fruta chegá, mâi vâi pedí caixa caixa co l’otro qui já vendê qui sábi quanto ávo unga, tudo dia vendilhão já cartá vêm seis caixa caixa.
       Caixa caixa lôgo vêm atarde, chega noite cavá janta, botá tudo ancuza na caixa caixa depois cartá vâi casa nova. Iou nádi pódi lembrá qui dia já sucedê istunga mudança, iou somente sábi nunca sã dia quente, uniforme de Sta. Rosa de Lima sã de cor azul claro e branco co gravata de cor azul pa china, uniforme branco co gravata cor de rosa pa português e inglês, iou co iou sa irmão non sábi qui já mudá vâi Mong Há, logar ui de longe na ano 1961 e 1962. 
       Istunga dia cavá aula, sai de iscola têm iou sa avó, mâi de iou sã mâi na porta de iscola qui trazê iou co iou sa irmão pa su casa qui ficá na riva de farmácia china Sang Sang Tóng, avó já contá pa nos dôs qui hozi vâi durmi na casa nova. 
       Cavá almoçã, avó leva nos dôs sentá tricículo ta vâi casa nova qui ficá na dianteira de Cemitério Nossa Senhora da Piedade. Istunga casa têm dôs andar, cor verde claro, gudám sã fábrica de bordado, riva sã casa qui nosôtro ficá e têm vivo nove mês assi tánto, sala ui de grándi, pódi sentá nosôtro sa tricículo, lôgo lôgo já achá ancuza novo pa iou, sã janela de vidro na tudo quatro vanda de casa, claro que nom pódi más, têm quartinho banho com banheira, têm bidé ancuza que Macau quasi nom têm, quarto quarto sã piquenino, botá mobília nom pódi fichá porta, porta já ficá abrí fichá. 
       Têm quintal non pódi vâi, sã de istunga fábrica, ancuza novo já vêm, sã terraço!, azinha corrê vâi riva salta-pula, goélã, ai qui tai mong, nádi fazê tánto barrulo tudo ficá bom, já fazê tánto barrulo mamá vem riva, papiá qui quiança nom pódi ongçông vâi terraço, mau tudo festa já cavá ia, lôgo mãi ta vâi siviço já trépâ vâi terraço ficá tudo dia. 
       Sã ano de seca non têm águ, nosôtro pódi usâ somente sete metro cúbico de águ unga mês, ropa ropa sã lavá co mám, banho nádi pódi tomá na banheira e banheira servi pa inchê de águ, dia têm agu na torneira dia águ nádi vêm. Somente agora iou recordá, Dios já chomá papa João XXIII (Angelo Roncalli) vâi co Éli, já ólã botá bandeira mea haste na Guia e D. Bosco, lôgo lôgo Cardeal Giovanni Battista Montini ficá papa Paulo VI.

       Azinha vêm acuza mau, non têm pão, padéro nádi vêm pa istuga vanda, ante de vâi iscola non têm pão pa comê, primeiro dia somente bebê unga copo de leite, ta vâi iscola, na carro de Sta. Rosa de Lima. Logo já achá, têm somente unga tenda de café na isquina de rua, quiada vâi sete hora comprá pão, si non têm, mau pa tudo, carro de iscola vêm sã non tem pa comê. 
      Chega Domingo, têm qui vâi missa co catequese, já sentí ui de longe pa chega Sé, non tem carro, non tem tricículo, sã andá têm qui anda vâi, chega tarde, evangelho já cavá, madre madre já falá non pódi, tem qui vâi missa de 11 hora depois de catequese.
       Istunga dia chegá casa tarde, cavá missa já corrê vâi casa de avó qui tem primeiro pa chega casa, já almoça na casa de avó, mámá non sábi, non têm telefone, nádi pódi papiá pa mâi, chegá casa co titi Nanda j’ólã mâi réva, dôs irmã papiá vêm papiá vâi, nádi discompô nos dôs. Mâi têm qui vai siviço, sã têm qui sâi más cedo, cavá siviço vâi mercado comprá son, trazê pão atarde pa comê pramicedo. Lôgo sábi qui non têm pão sã coze más arroz, pramicedo fazê arroz chau chau, comê arroz chau chau lôgo vâi iscóla.

       Istunga fotografia qui iou chapa aqui, iou tirá somente quasi dez doze ano más tarde, quelóra iou começá tira fotografia, têm na foto Jardim Montanha Russa, Colégio D. Bosco, Cemitério Nossa Senhora da Piedade co su greza qui iou nunca intrá, casa de tiro grándi qui iou já ólâ levantá, unchinho de unga casa e árvre do Bairro Governador Albano Oliveira. Próximo Magazine de PCB, iou vâi iscrevê cuza têm na Bairro Móng Há e cuza fazê, já ólã puliça vêm agarra gente. 

Texto de Filipe Rosário                         Fotografia de Cristo Rei e de Mong Há de Filipe Rosário

Bem-estar

AIPO 

1) Anti-cancerígeno - Contém no mínimo 8 famílias de compostos anti-cancerígenos entre os quais os acetilénicos que têm demonstrado inibidor das células tumurais.

Acidos fenólicos bloqueiam a acção das prostaglandinas e favorecem o crescimento das células tumorais. E as cumarinas que ajudam a prevenir os radicais livres que danifiquem as células; e 1 dos componentes activos do aipo é o cumarino fitoquímico que se tem provado eficaz na prevenção do cancro e capaz de provocar a activação de certas células da série branca para combater o cancro.
Os cumarinos fitoquímicos: Previnem a formação e o desenvolvimento do cancro do colon e do estômago.

2) Pneumonia – estimula o sistema imunitário para combater a doença.
O aipo concentra grande quantidade de antioxidantes e compostos que combatem as bactérias, vírus e inflamação.

3) Febre de feno (rinite alérgica) – alivia os sintomas. E pertence ao msm grupo que alivia os sintomas: cenouras, gengibre, hortelã-pimenta salsa, tamarindo, camomila e couve.

4) Baixa a tensão arterial – beber sumo de aipo todos os dias durante 1 semana ajuda a baixar a tensão arterial. Os phtalídios ajudam a relaxar a parede arterial dilatando os vasos e permitindo o fluxo normal do sangue. Para ser eficaz, beber o sumo durante 1 semana, parar 3 semanas e começar outra vez (Ciclo de 2 vezes).

Rita Rocha

Sabias que...


Segundo as estatísticas do Governo da RAEM, a Diocese de Macau possuiu 18 igrejas e capelas com edifício próprio e 56 capelas nas suas instalações diocesanas, sendo grande parte delas dedicadas à Virgem Maria, aos santos populares (ex: Santo António) ou aos santos fundadores das ordens religiosas que as construíram (ex: São Domingos e Santo Agostinho).

As três igrejas mais antigas de Macau, todas construídas antes de 1560, são a Igreja de São Lázaro, a Igreja de São Lourenço e a Igreja de Santo António, sendo as duas últimas edificadas pelos jesuítas, que foram os primeiros missionários a residirem em Macau.

A Igreja de São Lázaro, onde perto dela foi construída pelo bispo D. Belchior Carneiro Leitão uma leprosaria actualmente inexistente, foi a primeira Catedral da cidade e o centro da comunidade católica chinesa. Porém, em 1622, a então recém-construída Igreja da Sé tornou-se na Catedral, facto que perdura até hoje.

Texto tirado de Wikipedia – Dioceses de Macau

As receitas da Ti Mari

RECEITAS DE BOLINHOLAS 
Macau, 15 de Setembro de 1872
18) BOLLO MENINO
24 ovos 10 com claras, 1 catte de assucar, 6 taeis de pinhão e ¾ de coco, 14 bolachas salgadas pizada em pós misturando-se com uma porcelana de farinha arroz, ½ catte de amendôa.
19) TOMATE RECHEADO COM PEIXE
Meia libra de qualquer peixe cozido, sal e pimenta; 2 tomates; 2 ovos cozidos; e algumas gôtas de vinagre.
Esmagar o peixe, misturando-lhe sal e pimenta, um pouco de margarina, muito bem batida.
Cortar os tomates em metades, tirando-se-lhes o centro.
Enchem-se com a mistura de peixe. Enfeitar o prato com ovos em fatias e alface.
20) DOCE DE GÔA
1 catte de pinhão, 2 coco, 4 condrins de bolachas de sal pizado em pós, pós de canela, gemas de ovos quanto pode lever é quanto basta, encanella rosto como bolo salvador.
Observações:
CATTE - 1 cate corresponde a 604,8 gramas. 1 cate tem 16 taeis e 1 tael equivale a 37,8g.
Receitas da TI Mari - Livro manuscrito no século 19, (com 138 anos) oferecido gentilmente pelos Confrades Florita Morais Alves e Victor Morais Alves, à Confraria da Gastronomia Macaense, da autoria da Senhora D. Francisca Alvez dos Remédios (Ti Mari).
Nota: As receitas aqui expostas são exactamente as que estão escritas nos apontamentos da senhora D. Francisca dos Remédios. Quanto à confecção das mesmas fica ao critério de cada um. Vá lá, puxem pela imaginação e cozinhem com paixão e não se esqueçam de nos informar dos resultados obtidos, combinado?

Sabores do Mundo

  Não é preciso sair de Lisboa, para saborear a verdadeira comida de Goa, na Índia.
 Há diversos restaurantes e bons.
No passado mês de Julho o restaurante “Delícias de Goa” teve a iniciativa de fazer o 1º Festival da Gastronomia Goesa, como se fosse uma viagem pelos muitos sabores existentes.
Começando nas entradas “Ponto de Partida” havia duas variedades de canapés: “balchão de camarão” e “balchão de tomate” (foto 1) não sei qual o melhor… e ainda a “delícia de Goa portuguesa” um petisco preparado com asas de frango que mais pareciam umas perninhas muito gostosas e crocantes. (foto 2)
Nos pratos de peixe no “Caminho Marítimo” havia o “sequem de ameijoas”, o “caril de caranguejo” e o mais apreciado e sempre apetecivel “chilly fry de camarão” (foto 3). Três sabores muito distintos.
Passando aos pratos de carne nas “Feitorias” estavam a “espetada de leitão Damão” (foto 4), o “chacuti de cabrito da serra” (foto 5) e para rematar o “vindalho” (foto 6), todos igualmente gostosos mas a surpresa foi mesmo a espetada!
Esta viagem pelos sabores de Goa termina na “Doce Chegada” da bebinca acompanhada de sorvete de manga.
Este menu, onde tudo era colocado nas mesas, tinha ainda incluído os vinhos, água e cafés. Parabéns pela iniciativa.

Contacto do Restaurante Delícias de Goa:
Rua do Conde Redondo 2 letra D (junto à Polícia Judiciária) em Lisboa         Tel: 213 524 340
Tem página no facebook “Delícias de Goa".
Texto:    Maria Isabel Machado Fonseca

Rodapé Gastonómico

As tendinhas do Porto Interior.
Um dos lugares onde pode cear até tarde (01h00) fica na Rua Almirante Sérgio com a Rua da Ribeira do Patane perpendicular à Av. Almeida Ribeiro.
Tendinhas de canjas, chau-min, chu-cheong-fan, chông, fritos variados, sobremesas (feijões diversos, sagú...)
Come-se sentado num banquinho na rua ou faz-se tá-pau (take away) se tiver vergonha...