Nome artístico: Api Rosário
Nome real: Rigoberto do Rosário Jr.
Naturalidade: Macau, 1949.
Instrumentos: Guitarra, baixo, bateria, teclados, ukelele, cavaquinho e gaita.
Aulas de música: Colégio D. Bosco (3 anos durante a década dos 1950) e Escola de Música do Sindicato dos Músicos Filipinos de HongKong (década de 1970).
Bandas: (Ásia) The Colorful Diamonds, The Balck Cats, The Thundres, Jimmy’s Trio e Shutlooks. (Brasil) Orpheu’s Quartet, D’showbiz, Oswaldo Sandoli e sua orquestra e como solista (one-man-band).
Composições gravadas em discos: She’s in HongKong, A minha tristeza, Look at my eyes, My love is a dream, I won´t say goodbye, Macau, Namorado ciumento, My little boy e Goodbye my friend.
Discos: She’s in HongKong (1967), Look at my eyes (1969), Summer Fun (1970) e Macau (1971).
Locais de apresentações: Festas particulares, feiras/exposições, clubes sociais, teatros, hotéis, casas nocturna, Tvs, rádios, shopping malls, restaurantes, pubs e estádios desportivos.
Números de espectadores (shows ao vivo): 2 a 50.000. Tvs e rádios (sem pesquisas).
O gosto pela música foi influenciado pelo seu avô materno, que foi flautista da orquestra filarmónica do Dr. Pedro Lobo (Macau). Aos 6 anos de idade, frequentava os ensaios da orquestra, que eram realizados na residência do radialista Johnny Álvares ou no Teatro D. Pedro V, nas vésperas dos concertos. Apaixonou-se pelo trombone, e "fabricou" manualmente o seu próprio. Era composto de um chuveiro e alguns canos velhos da casa, que acabara de trocar pelo "técnico" ambulante "Hu-Wot".
Quando recebeu de presente um ukelele, abandonou o velho "trombone", e começou a imitar o Elvis Presley, que começava a sua fama na Ásia também.
O seu avô materno faleceu repentinamente, e isso causou-lhe um choque aos seus 11 anos de idade. Como ditavam os antigos costumes de Macau, ficou de luto com a restante família por um longo período. Sem cinemas e outros poucos entretenimentos da época economizou o dinheiro que recebia dos pais, semanalmente, até ter o suficiente para comprar a sua primeira guitarra acústica.
Aprendeu os primeiros acordes com alguns "professores" amigos e por meio de livros.
Participou na primeira formação do conjunto "The Colorful Diamonds" (1963), que teve a primeira apresentação pública no Colégio Santa Rosa de Lima (Macau) no mesmo ano.
Aos 14 anos de idade, cantou publicamente pela primeira vez, uma canção que lhe rendeu a coragem na qualidade de cantor-solista. Aos 15 anos, a sua primeira composição "A minha tristeza", foi apresentada no II Festival de Música de Macau, realizado no Teatro Cheng Peng classificando-se no segundo lugar.
Durante os acontecimentos do 1-2-3, actuava no Hotel Estoril (Macau) com o conjunto The Thunders. Como havia a lei marcial, teve um público de apenas um casal-hóspede do hotel. Foi a menor plateia que teve durante toda a sua carreira de músico.
Tentou, com os Thunders, outros dois festivais realizados em HongKong, conseguindo a primeira classificação na TVB (Star Show), que lhes deu o direito à gravação de um disco comercial na EMI-Columbia-HK. A sua composição "She´s in HongKong", vencedora do festival, tornou-se num hit nas TVs e rádios de HongKong e Macau, além de ter sido campeão de vendas da EMI naquela época. Com esse resultado, o gerente-geral da EMI (Robert Ascott), aprovou imediatamente as gravações de outros 3 discos.
Com a separação dos Thunders em HongKong, trabalhou com o Jimmy’s Trio e Shutlooks, até à sua emigração para o Brasil (1974).
Ao chegar no Brasil, enfrentou os primeiros dois anos com muitas dificuldades, por não conhecer ninguém ligado ao showbusiness. Foram muitas as decepções, até chegar ao ponto de querer vender a sua guitarra que trouxera na bagagem.
Deixou os seus planos de ser músico no Brasil e começou a trabalhar na aviação, como balconista-vendedor numa das lojas da companhia aérea Varig.
Um dia, apareceu na loja um dos músicos brasileiros que ele tinha conhecido em HongKong e foi o recomeço da sua carreira musical. Este músico regressava recentemente da Europa com uma banda e necessitava de um guitarrista e cantor para músicas norte-americanas. Após uma entrevista e "exame", foi admitido no Orpheu’s Quartet. Além das canções norte-americanas, havia o Samba obrigatoriamente. Como fazer, se ele nunca tocou este ritmo antes? Com auxílio dos novos colegas, lá resolveu o "problema".
Outro obstáculo inesperado. Para trabalhar como músico no Brasil, necessitava de uma licença da Ordem dos Músicos do Brasil. E para isso, teria de fazer um exame que consistia na leitura de partituras. O Api enfrentou esta etapa com bastante facilidade, graças às aulas que teve no Colégio D. Bosco de Macau e da Escola de Música do Sindicato de Músicos Filipinos em HongKong.
Foram vários anos de trabalho com o Orpheu's Quartet, a começar pelo Happy Hour nos bares de hotéis em São Paulo até viagens para muitas cidades brasileiras, rádios e TVs.
Após o término do quarteto, foi contratado pela orquestra do Oswaldo Sandoli, que era composta de 28 músicos. Foi aí que ele expôs o seu estilo de jazz (Tony Bennett e Frank Sinatra), que agradou muito ao público adulto da época. As viagens continuaram até que resolveu formar o seu próprio conjunto musical D’ Showbiz, especializado na música dos anos 60 e 70. Estava na moda.
Como surgiram muitas bandas novas na época, isso causou um declínio de preços, além da crise financeira dos anos 80. Afastou-se do cenário para "ver e esperar".
Em 2000, o conjunto Thunders juntou-se novamente, por lazer. Resultado: Foram contratados para apresentações no Encontro dos Macaenses em 2004 e nos Jogos de Lusofonia 2006, ambos realizados em Macau.
Hoje, ele compõe, toca e grava na sua residência, música para jingles comerciais de rádio e fundo musical para e-books, além de ter mais de 70 composições em português, inglês, chinês e patuá, para serem gravadas futuramente.