1º Aniversário do PCBMagazine

O Magazine PCB cumpre nesta edição um ano de existência.

PARABÉNS e obrigado a todos quantos têm contribuído para que trimestralmente seja possível colocar on-line este nosso folheto interactivo que, de forma singela, pretende contribuir para o vosso entretenimento.

Bem hajam!

Ano do Dragão

O Ano Novo chinês 4710, ou 2012 no calendário ocidental, é o Ano do Dragão, que representa o 5º ano no ciclo de 12 anos do zodíaco chinês. Governado pelo elemento Água, cor preta, polaridade Yang, teve início a 23 de Janeiro 2012 e vai até 09 de Fevereiro 2013. Será um ano de poder, dinheiro e negócios. 
O elemento água ressalta as lideranças, as inovações, a sensibilidade às necessidades dos outros e a diplomacia. O Dragão de Água é mais pacífico e age com sabedoria, diferentemente dos outros Dragões de Terra, Metal, Fogo e Madeira. Na China, o Dragão Celestial simboliza a potência e a benevolência, por isso, os anos do Dragão são considerados benéficos para obter dinheiro com mais facilidade, podendo impulsionar a economia mundial e as fortunas individuais. 
O Dragão de Água é um grande negociador de sucesso, adepto de marketing, que sabe aplicar a sua força quando é necessário. Algumas vezes, esse Dragão estabelece grandes projectos mas não realiza uma boa estrutura que possa suportar as suas ideias. No entanto, é notado por sua calma, seu equilíbrio que combina lógica com muita criatividade.
É um visionário que sabe angariar simpatia e apoio dos outros em seus projectos. Nos anos do dragão evidenciam-se as profissões de analistas de sistemas, inventores, engenheiros, arquitectos, advogados, filósofos, psicanalistas, corretores, gestores, agentes de publicidade, as forças armadas, activistas e políticos.
A influência do Dragão de Água em 2012 aumentará a probabilidade de sucesso para aqueles que apostarem no progresso e na produção de tecnologias, um desafio para todas as corporações do mundo. A conservação de energia natural, a protecção ambiental, o uso de recursos dos mares e das águas serão renovados em 2012. As virtudes do Dragão Água é de harmonia e longevidade, entretanto, não devemos manter excessivas expectativas, o que poderá levar-nos ao fracasso.
Também favorece o casamento, as uniões, as sociedades e a natalidade. Muitos casais na China planeiam para que os seus filhos nasçam sob o signo do Dragão, pois este é o signo que dá liderança e sucesso nos negócios. Entretanto, o espírito do Dragão é indomável e tem tendência a tornar tudo maior, exagerar ou fazer grandes apostas. O Dragão é um grande apostador e não joga para perder. Este é um ano para bons empreendimentos, desde que não vejamos as coisas melhores do que são. O Dragão pode-nos estimular a ultrapassar os limites da prudência nos gastos.
Este é um ano em que devemos moderar o nosso entusiasmo e usar de muita prudência. Embora o Dragão seja afortunado e traga sorte, também pode nos levar à derrota devido aos nossos erros de avaliação. Da mesma forma que amplia o sucesso pode ampliar os fracassos. Este será um ano de grandes surpresas mas também a atmosfera do Dragão pode-nos surpreender com a sua força. Pode ser um ano de revoltas contra as restrições. 
No Oriente, o dragão simboliza o imperador ou o grande macho. Representa o poder, padrões elevados e perfeição. O poderoso dragão não admite contestação e tende a intimidar aqueles que ousam desafiá-lo. Apesar do seu temperamento forte, pode ser um grande aliado desde que se respeite as suas regras. Símbolo do poder e da riqueza, segundo a lenda, o dragão surge do interior da terra para amedrontar a humanidade. 
Os anos do Dragão são de grandes realizações mas também podem ser marcados pelo medo. O último ano do Dragão em 2000 foi marcado pelo medo do colapso tecnológico, o bug do milénio, que trouxe grande expectativa ao mundo. Isso justifica o medo das profecias Maias e outras para 2012. Se as suas expectativas tendem mais para o desastre, então  pode esperar tsunamis, furacões e extremas mudanças climáticas. No entanto, se as expectativas se focarem em algo construtivo, de certeza  que você terá um ano de muitas realizações. A vida tem tendência a atender às nossas expectativas.

Ano di Dragão na Macau


Qui bom pódi vai pa rua queima panchão drêto nestunga Ano di Dragão. Quinze ano fóra na Saiong nádi tem estunga brincadera, divéra senti saudadi destunga pom-pom-pom. Agora ta intra idade, lembrâ quelora quiança, tudo genti vai cêdo-cêdo na rua con rôpa chistosa, pa apanhá laisi di tudo vizinhança qui passa.

Uvi, vem con iou cantarôla unchinho: KUNG HEI FAT CHOI, LAI SI TAU LOI, TAU LENG NG OI, SAP MAN LENG LOI.

Com laisi na man, jâ vai corrê rua, nóm sábi voltâ, cavá chegâ casa quasi escuricê. Ferado-ia, castigo san amanha isfregâ cham di casa até estonteá. San assi-ia, tudo ano san mesmo estoria, nádi aprendê liçam.
Hoze tanto china-china di continente ta vem pa Ou-Mun, impurra-vem impurra-vai, nom tem chiste. Iou axa más bon san iscondê na casa, né bom vai rua pa dessa genti pisa nosotro sa pé. Primeiro dia Ano Novo ta vai comê fora con tudo família, senti uidi tufão, comida nádi vem e tudo genti ansiado gurunhâ, chôma fó-kei qui jâ inscondi na cozinha.

Tudo maquista corrê vai casino, falâ vai tenta sorti grandi e lôgo voltâ murúm qui murúm .. jâ perdê tudo sapéca. Cuza sucedê? Bôta culpa na bonzo qui olâ na San Ma Lou, sãn gato preto qui atravessâ na rua, sãn calça qui pendura di basso di varanda… uidi tanto estoria Dessa vai-ia, bom olâ tudo amigu maquista contenti con saúde e sapéca no bolso pa gastâ.

Macau quelora pichote qui pichote já virâ genti grande … somente 16 km2 jâ crecê até 29.

Nunca bom isquecê-ia, otro ano vem Encontro!´


KUNG HEI FAT CHOI !

SAN NIN FÁI LÓC !

SAN THAI KIN HON !

LONG MÁ CHEN SÃN !

MAN SI SENG I !

Zinha Anok

Almoço de comemoração do Ano do Dragão

 
        Para assinalar a entrada no Ano do Dragão, o PCB organizou um almoço no dia 29 de Janeiro, correspondendo ao 7º dia do Ano Novo, ou seja, o dia de aniversário de toda a gente.

Como já é tradicional, tratou-se de um Tá Pin Lou que tantas saudades nos deixa e que a nossa amiga Iolanda, do Restaurante Dim Sum do Cacém, se esforçou por confeccionar, com muita amizade.

Tivemos o restaurante por nossa conta, com a lotação esgotada.

Aos presentes,  foi oferecido o tradicional Lai Si, com muitos euros docinhos, para dar sorte e afastar os maus espíritos. Também não faltou o habitual  sorteio de vários objectos doados para o efeito. O prémio principal, gentilmente cedido pela dona do restaurante – um vale de 30 € - saiu a um jovem, recém chegado de Macau, o sortudo José.

Foram horas bem passadas na companhia de amigos, alguns dos quais não se viam há dezenas de anos. Independentemente das iguarias servidas, é destes momentos que o PCB se orgulha de proporcionar a todos os PCBistas e seus amigos.


Preparem-se para novo encontro no dia 5 de Maio. Vamos celebrar a Primavera!      

Viva o PCB!

Pensamento

 A alegria não está nas coisas está em nós.

(Goethe)

Aniversariantes

Muitos Parabéns e as maiores felicidades!




Janeiro - Alcina Pinheiro, Airine Placé, Irene Amaral

Março - Eugénia Arrais do Rosário, Idalina Gomes, Juliana Boyol, Josefina Placé, Gabriela Gomes, Catarina Basílio.

Cíntia Serro



Quem não conhece os cozinhados da nossa amiga Cíntia, exímia cozinheira da culinária macaense?

Cíntia de Carvalho Conceição do Serro nasceu em Abril de 1943, em Macau, e criada no Bairro de S. Lourenço. Estudou em Macau no Colégio de Santa Rosa de Lima e no Liceu Nacional Infante D. Henrique. Fez toda a sua carreira profissional em Macau tendo trabalhado em diversos organismos públicos. Completou em 1976 o curso de Hotel Operations, na Escola de Indústria Hoteleira de Macau.

A convite dos órgãos da Direcção da Casa de Macau de Toronto em 2007, foi representante dessa Casa na Confraria da Gastronomia Macaense, convite esse renovado pela Direcção da mesma Casa de Macau em 2009 e 2011.

A convite da Comissão Executiva do Encontro das Comunidades Macaenses de 2010, participou na Conferência sobre a Gastronomia Macaense realizada na Escola Hoteleira de Macau.  

Durante a sua vivência em Macau, teve o privilégio de, sob a orientação e o apoio da tia/mãe Albertina Martins de Carvalho Borges, presentemente com 92 anos, aprender a confeccionar a maioria dos pratos da culinária macaense.

Herdou praticamente todos os seus cadernos de apontamentos e manuscritos, que por sua vez deve ter herdado dos seus antepassados de Macau.

Amante da cozinha e fiel seguidora das receitas herdadas da sua tia Albertina, Cíntia cozinha sempre com paixão, sobretudo pratos tipicamente macaenses, não só pela comida em si, mas especialmente pelo seu significado e pelos sentimentos e recordações.

Cíntia recorda que, antigamente não havia o costume de realizar festas nos restaurantes como acontece nos dias de hoje. Os aniversários e ocasiões especiais eram festejados nas próprias casas com o tradicional chá gordo, composto por iguarias preparadas com muita dedicação pelas senhoras macaenses e com a colaboração dos familiares e amigos. Nos casamentos, havia o cuidado de ter as mesas muito bem enfeitadas com adereços próprios e bolinhos especiais.

Cíntia encorajada por um amigo escreveu então "O livro de receitas da minha tia/mãe Albertina" e diz ela que é uma grande honra poder escrever sobre um assunto que lhe é tão querido.

O lançamento do livro de receitas teve lugar a 18 de Março 2012, em Toronto, posteriormente será igualmente lançado em Macau e Lisboa.

Vamos contar os dias até que consigamos adquirir o tão desejado livro de receitas !
  
Um muito obrigado Cíntia pela dedicação e pelas receitas centenárias que nos presenteia nesse livro sobre a confecção da nossa tão deliciosa comida que é a culinária Macaense.

Rir é o melhor remédio

Iou otrora tem unga títi ui di amochai. Num tem gente qui vai visitá na su casa qui nádi come unga bolo de china de téclo. China de téclo com Calito sã dôs qui tudo dia corê rua vendê bolo ui di sabroso comê. Sã nosso Macau filo fazê-ça, capaz qui capaz.

Unga dia, iou com máiz dôs primo já vai visita títi na su casa. Títi raganhado contente qui num pódi máiz. Cavá falá pa nosotro china de téclo tem unga semana qui nunca vem. Ramendá, nosotro papiá tanto ancuza títi já isquecê, já vai buscá unga lata inchido de bolo, papiá pa nosotro:

- Comê, comê, ui di fresco.

Nosotro já rabiá, olá qui cuza sâm assim fresco. Vosotro querê sabê sã cuza?

Sã bolo de china de téclo qui unga semana nunca aparecê.


Júlia Gordo

O jogo da nossa infância - A bola venenosa

       Este jogo  que recordamos hoje era jogado sobretudo por meninas e normalmente  com uma bola de ténis.

O jogo inicia-se com a escolha de elementos que constituem as duas equipas.  Através do processo de chai feng os representantes de cada equipa  decidem  quem fica com a bola e inicia o jogo e quem escolhe o campo.
Divide-se o campo ao meio traçando uma linha no chão,  separando assim o espaço das duas equipas.


O objectivo do jogo é lançar a bola de modo a acertar num elemento da equipa adversária que deverá tentar escapar-lhe ou apanhar a bola no ar. Caso consiga agarrar a bola no ar, deverá atirar a bola ao adversário com o mesmo fim.

     Se conseguir acertar  no elemento da equipa adversária, este deverá deslocar-se para a rectaguarda do campo do adversário (lugar do morto), de onde poderá igualmente entrar no jogo e tentar acertar no elemento opositor, que ficará colocado entre dois fogos.

Ganha o jogo a equipa que conseguir matar o maior número de elementos da equipa adversária ou mesmo a totalidade deles.
    
Aqui está um jogo simples, que exige muita destreza a tentar escapar à bola que é arremessada com toda a força, evitando, assim, que possa ser apanhada no ar pelo adversário.
Resultado previsível, nódoas negras por todo o corpo.



Um passeio até Macau

        O frenesim pelas ruas de Macau, os táxis num vaivém, as lambretas atropelando-se umas às outras, provam bem a agitação diária destas Gentes numa ânsia de viver cada segundo das suas vidas. 

A gastronomia Macaense em paralelo com a Chinesa, revelam sabores e costumes bem diferentes dos Ocidentais. 

Os Hotéis Casinos anunciam bom gosto e percepção na captação e afluência de riqueza para o território Macaense. 

Os seus jardins, templos e museus lembram tempos áureos da permanência Portuguesa neste cantinho apetecível e convidativo. 

O senão foi as "gaiolas" que se avistam nas varandas e janelas dos edifícios, infelizmente pela falta de segurança que existe hoje em dia em qualquer parte do Mundo.

 António Maia

Recorda sã vivê



Recorda Sã Vivê  de istunga vez nunca sâ igual qui tem na Magazine, sã iscrevido na logar úndi tudo já acontecê.
     Iou já iscrevê em Macau,  já anda vâi, anda vêm, na vanda úndi iou tem vivo quelóra quiança.
     Sã 20 de Janeiro de 2012, iou sentá aeroplano já aguá Lisboa pa nosotro sa querido Macau.
     Chegá Hong Kong 21 de Janeiro, j’ólâ tudo ancuza nunca sã igual na aeroporto de Hong Kong,  têm tudo laia laia de Ano Novo China, tudo loja loja, com fai chôn de ano Dragão, já botá fai chôn co letra china “Fok”, “Kong Hei Fat Choi”, “Nin Nin Iao Ü”, “Tai kât Tai Lei” e cuza más ia, dessá iou botá unga foto, istunga ancuza qui ficá perto de cais de barco de aeroporto Hong Kong - Macau.
     Chegâ Macau, sâi de barco ta vâi busca iou sa mala grándi qui chéga azinha, vâi fóra tem iou sa titi Elvira co iou sa irmão isperá pa iou na cais de Macau.  Lôgo lôgo já cartá tudo ancuza pa carreta, ta vâi comê, cavá comê  azinha vâi casa ia.     
     Pramicedo sã Domingo, azinha corrê vai missa na greza S. Lázaro, intrá, logo sentí qui grándi mudança, nunca sã sómente ancuza de ornamento de ano novo china, más tem na iou sa dianteira unga grándi órgão de tubo na nave central de greza, no logar úndi tem Nossa Senhora da Esperança, Cruxifixo e Sacrário, más bom sã dessá iou botá más unga fotografia para tudo gente ólâ, greza já ficá ui de galánte, janóta qui nom pódi más.
      Bom agora depois de ólâ istunga fotografia, déssa iou papiá iou sa recordaçám de tempo de quiança, iou já ficá na Rua S. Miguel, chegá seis ano iou ta vâi vivê na Móng Há, casa qui tem na  Bairro Governador Albano Oliveira, na istunga vanda iou co iou sa família já ficá nove mês assi tánto ia, logo ravirá vem ficá na Bairro S. Lázaro outra vez, istunga vez já vêm ficá na Rua Nova de S. Lázaro, ficá na lado de iscola Kong Kal e dianteira de Greza S. Lázaro.
     Na istunga rua já ficá na Nº 36 primeiro andar co iou sa mãi e irmão, na gudám sã ficá família de siára Virgínia Rosário com su família.
    Vosotro pódi ólâ na chapa qui iou botá, sã istunga casa antigu qui iou já ficá na tempo de quiança, agora já virá repartição pública, tamêm já virá bairro histórico, fazê iou sentí ui de honrado qui tem vivo na istunga logar.
     Na istunga casa, edifício antigu, tem dôs rapaz qui vem brincá juntado co nosotro, sã Virgílio Rosário co su sobrinho Jorge Santos, tio somente tem unga ano más velô qui su sobrinho, gente já chomá Virgílio de “Bébé Tio”.
     Nosotro ficá na istunga casa antigu unga ano assi tánto, passá Natal, Ano Novo, Páscoa, já fazê primeira comunhão, passá festa de 15 de Lua e lôgo já virá vâi Rua Tap Séac, ficá na Edifício D. Belchior Carneiro.
    Divera sã bom vivê na istunga Bairro, iou sa mãi nádi dessá nosotro vâi rua brincá co quiança quiança, sã siára Virgínia co su mãi qui tánto papiá co iou sã mãi assi já pódi vâi rua brincá.
     Somente pódi brincá na Adro de S. Lázaro, bom, lôgo mãi nádi tem na janela de lado bispa, dimónio de tentaçam azinha vêm,  já fuzi vâi rua Volong más outra vanda.
     Brincá co scuta, já corrê vâi básso de Calçada de S. Lázaro, Rua Volong, subí riva Calçada Central de S. Lázaro, lôgo lôgo chegá porta de casa, ai! ferrado ia!, mámá tem na porta co kai mou sou qui isperá nosotro vêm, já pirguntá quim sã cabeçudo, quim dá licença vâi fóra de Adro S. Lázaro, lôgo zingua bem fêto, lôgo mãi tem na su serviço, tudo vanda sã Adro de Greza.
     Iou lembrá na tempo de tufão, sã ui de devertido na istunga casa, tem qui amarra porta de janela, amarra bem fêto tudo porta porta qui dá pa varanda, más divertido sã vêm chuva, chuva já intrá casa na greta qui tem na teládo, corrê pa chãm, sã chãm de sobrado, águ águ já corrê vâi gudám, azinha iou co iou sã irmão e quiada vâi limpa e tirá águ, gente de gudám já pirguntá cuza já sucedê ta vem tánto águ, nosotro falá sã águ de chuva qui vem de teládo.
     Bom, unchinho assi tánto tempo passado vêm Virgílio co su sobrinho Jorge ta ajudá ia, quelóra quiada falá vosotro tudo tirá águ, iou ta vâi cozinha, más divertido logo vêm, somente quatro quiança de seis oito áno, ah! Pano, toalha, balde, quiança quiança, tudo animado, águ vem co pano pa balde ta enchi balde, logo pano sâi de balde, trazê águ pa chãm, valente animaçám, ui de azinha tudo chãm ficá más mulado qui chuva vem de teládo, sala já ramendá mar, sala intéro já ficá co águ, nádi precisâ papiá cuza sucedê ia, águ sã tem qui vâi pa gudám, gota gota já câi pa tudo vanda.
    Virgílio sa mãi logo vem cima, ólâ logo pirguntá cuza sucedê, ólâ pa teládo, somente tem três logar intrá águ, nunca sã fazê mar na sobrado, siára já fazê nos quatro quiança botá pano na logar únde águ câi, azinha limpá chãm tudo ficá bom.
     Janela qui tem na vanda de greza, pódi ôlá tánto ancuza, tem gente casá, tem funeral, tem gente vem baptizá, tamêm tem gente cartado pa Asilo S. José.
     Quelóra na istunga rua tem vivo na iou sa lado Fausto, más pa lado José Cortiço co su Família, Siúm Viana, na isquina qui vâi pa Calçada Central de S. Lázaro, Família Cordeiro, logo más pa frente tem Siúm Pinto Marques, frente de Siúm Viana iou non sábi quim ficá, já ólâ gente de Tuna Macaense vai tocá su música ui de tánto vêz.
     Greza S. Lázaro fazê procissão de Virgem Maria e S. Roque na istunga Bairro, greza já botá bandeira pindurado na rua, iou nádi botá chapa de procissão, iou non têm.
     À Sang, sacristão, tem su tenda na porta de istunga casa, já vendê ancuza pa comê, manhã botá su tenda na porta de nosotro sa casa, tarde botá junto de iscola, dia de chuva já botá unga grándi toldo.
     Tudo dia tem gente vendê tudo laia de ancuza, tem gente cartá co tám cón, tem gente empurra carro de madeira, tem tén tén tón, cap pém, chi má vu, hong tau chock, tau fu fá, tau fu, pác kou, pác chi, ovos, chü cheong fang, hám soi kóc, fruta fruta, tudo laia de bredo, tau lou, de noite gelado de kau Kei, na inverno catupá, cana, cana quente, carranguejo, etc.
     Bom iou imaginá vosotro já sentí cansado de ólâ  pa boboriça qui iou já iscrevê, dessá iou iscrevê outra vêz na magazine qui vêm pa vosotro ólâ qui cuza china china trazê su mercadoria pa vendê e qui cuza nosotro comprá e fazê.

Texto e fotos de Filipe Rosário

Bem estar


A naftalina em espaços fechados é extremamente prejudicial à saúde:

- provoca lesões respiratórias e

- é potencialmente cancerígena.


Picadas de mosquito:

Esfregar, levemente, a parte interna da casca de banana sobre a zona afectada. Deduz o inchaço e a irritação.

Dificuldades de comunicação

Até ao dia 4 de Julho de 1974 a bebida "Coca-Cola" era proibida em Portugal.

Numa bela tarde, 3 macaenses a passar férias em Portugal, encontraram-se no Rossio e resolveram  ir tomar uma bebida.

Dirigiram-se ao balcão de uma pastelaria e um deles pediu ao empregado:

- 3 Coca-Colas grandes, se faz favor

- Não temos, só Sumol -  responde o empregado

- Uáu (pensou o macaense), este empregado cheio de estilo dále Inglês connosco, só "SMALL"?!

- OK, pode ser "Small" – responde o macaense, orgulhoso de ser servido por um empregado poliglota.

Agora imaginem a cara dos nossos conterrâneos quando o empregado aparece com 3  "Sumol" .

Mal sabiam eles da existência de um refrigerante chamado Sumol que podia ser confundido com "Small", isto aconteceu a muitos de nós, Macaenses de férias em Portugal.

Sabias que...

A Bandeira Nacional Portuguesa está dividida em duas partes por uma linha vertical.

A primeira parte é verde, simboliza a esperança  e constitui 2/5 da bandeira.

A segunda parte é vermelha, simboliza a coragem e o sangue dos Portugueses mortos em combate, e constitui 3/5 da bandeira.

No centro da linha vertical encontra-se um escudo com 7 castelos e 5 quinas a azul.

À volta do escudo existe a esfera armilar a amarelo.

As 5 quinas simbolizam os 5 reis mouros derrotados por D. Afonso Henriques na batalha de Ourique.

Os 5 pontos brancos dentro de cada quina representam as 5 chagas de Cristo. Diz-se que na batalha de Ourique, Jesus Cristo crucificado apareceu a D. Afonso Henriques, e disse: "Com este sinal, vencerás!".

Os 7 castelos simbolizam as localidades fortificadas que D. Afonso Henriques conquistou aos Mouros.

A esfera armilar representa o mundo que os navegadores portugueses descobriram nos séculos XV e XVI e os povos com quem trocaram ideias e comércio.


Autores da Bandeira Republicana: Columbano, João Chagas e Abel Botelho.

Carlos Manhão


     Nesta edição apresentamos a Tuna Macaense e o fundador da Associação Musical Tuna Macaense, Carlos da Silva Manhão.

Há mais de um século, existiam em Macau, agrupamentos musicais vulgarmente conhecidos por Tunas. A mais antiga data de 1800 e ficou conhecida por a Tuna Alegria.
As mais populares que existiam eram as Tunas Harmonia Popular, Tuna Águia, Tuna Jusical, Tuna Camélia e Grupos Bragarinhos, entre outros tantos.

Os instrumentos musicais utilizados eram, principalmente, cordofones, destacando-se igualmente as violas e os bandolins. Havia uma tuna infantil, composta por crianças de tenra idade que tocavam harmónica, que era dirigida por uma esbelta e elegante senhora que se chamava Laura Pereira Manhão (Áda).

Por ocasião do Carnaval, as tunas abrilhantavam as inúmeras festas carnavalescas da cidade, nas quais sobressaíam as alegres e populares marchas. Para além de assaltos às casas, nalgumas das quais eram servidos chás gordos, organizavam-se desfiles dos mascarados que circulavam pelas ruas da cidade.

A Tuna Macaense surgiu na década de 1960, com cerca de 30 instrumentos, possivelmente formada por elementos que integravam os diversos conjuntos que, gradualmente se foram extinguindo.

Carlos da Silva Manhão nasceu em Macau em 1950. Filho de pais Macaenses, estudou na Escola Comercial Pedro Nolasco e cedo revelou a sua paixão pela música, principalmente pelas canções das tunas.

Em 1982 fez parte da Tuna Macaense que era formada por nove elementos, Carlos Manhão, António Amante, António Canhota, António Lopes, Alfredo Neves, José Silvestre, Mário Lameiras, Mário Trabuco e Rui Coelho.

Graças à persistência de Carlos Manhão foram conseguidas as instalações provisórias para a Tuna na Pousada de Mong-Há, com o apoio da Direcção dos Serviços de Turismo de Macau (DSTM). Era neste local que decorriam os ensaios e preparativos da Tuna para as suas digressões ao estrangeiro.

Com o apoio da DSTM, esta foi a primeira Tuna a gravar uma cassete composta por onze temas musicais, todos em patuá, com letras da autoria de José dos Santos Ferreira (Adé) e interpretados por Carlos Manhão. Estas canções foram posteriormente reeditadas em disco digital.

Fizeram diversas actuações, uma das quais em Malaca-Singapura quando participaram no Travel Fair 82.

Em Março de 1983, deslocaram-se a Portugal para participarem na Semana de Macau, que teve lugar no Casino de Estoril. Neste evento houve a exibição da comida tradicional Macaense, das danças do leão e do dragão e de danças folclóricas acompanhadas pela Tuna.

A 10 de Junho de 1983, aquando da comemoração do Dia de Portugal (ou Dia de Camões e das Comunidades Portuguesas), a Tuna foi agraciada com a medalha de Mérito Cultural no Palácio de Governo. Neste dia o Rancho Folclórico de Portugal deslocou-se a Macau para participar no mesmo evento.

Em Setembro de 1984 a Tuna teve a sua participação plena na Noite à portuguesa, realizada na Fortaleza do Monte, tendo actuado por diversas vezes com o seu reportório de música portuguesa.

A Tuna Macaense foi ainda convidada em Novembro do mesmo ano a tocar no Portuguese Food Festival no restaurante Vasco da Gama do Hotel Royal. Marcaram presença, igualmente, em vários eventos.

Actualmente a Tuna Macaense continua muito activa em Macau e os seus elementos foram sendo substituídos ao longo dos anos. Os instrumentos são muito mais sofisticados, como as guitarras eléctricas, o órgão e a bateria, entre outros.


  

As receitas da Ti Mari

RECEITAS DE BOLINHOLAS

Macau, 15 de Setembro de 1872




12) BOLLO DE COCO


2 arrates de assucar em pronto, 1 dito de coco, 1 medida de ralão mal torrado e 1 ¼ de manteguilha, depois de estar feito se porá no forno para assar.

13) BOLLO DE MARTA

4 arrates de assucar quebrado feito em pó 24 claras de ovos bem mexido, 2 arrates de coco, muida, bem fino, 1 medida de farinha torrado, 1 arratel de manteguilha depois d’isto se porá na bassea para por no forno para assar. Rolão é a parte que se separa do trigo moida entre a farinha e o farello.

14) BOLLO GOSTOSO

1 catte e 14 taeis de assucar em ponto 24 gemas de ovos 6 com clara 12 taeis de coco, 1 chupa de farinha torrado tudo isto misturado, se porá no formo para assar

Observações:

ARRATE - forma popular e antiga de ARRÁTEL (do árabe arratl) - é um peso antigo de 4 quartas ou 16 onças, correspondente a 459gramas.

CATTE - 1 cate corresponde a 604,8 gramas.  1 cate tem 16 taeis e 1 tael equivale a 37,8g.

Receitas da TI Mari - Livro manuscrito no século 19, (com 138 anos) oferecido gentilmente pelos Confrades Florita Morais Alves e Victor Morais Alves, à Confraria da Gastronomia Macaense, da autoria da Senhora D. Francisca Alvez dos Remédios (Ti Mari).


Nota: As receitas aqui expostas são exactamente as que estão escritas nos apontamentos da senhora D. Francisca dos Remédios. Quanto à confecção das mesmas fica ao critério de cada um. Vá lá, puxem pela imaginação e cozinhem com paixão e não se esqueçam de nos informar dos resultados obtidos, combinado?

Os caldos da minha mãe

Um caldo chinês muito simples de fazer e é para dores nos ossos.

Ingredientes:

200g de feijão frade (mei tâu)
1 a 2 cabeças de alho - lavadas e com casca
1 folha de tangerina seca
200 g de carne magra de porco
2 litros de água

Lave os ingredientes todos.

Coloque-os numa panela e leve ao lume e deixe ferver durante 1 hora.

Bom apetite!

Sabores do Mundo 2

Da Holanda dei uma escapadela a Bruges, na Bélgica.

De Roterdão para Bruges, fui de comboio até Antuérpia. A estação de Antuérpia parece um palácio monumental. A viagem durou uma hora. Depois apanhei outro comboio que me deixou em Bruges.
    Bruges é uma cidade com uma característica única – ser medieval!
A origem desta cidade data do ano de 650 quando os missionários irlandeses pregavam o catolicismo no “município da flandres”.
A cidade teve o seu apogeu entre os séculos XIII e XV.
     Em 1297 começa a ser construída a muralha à volta da cidade que se mantém até aos dias de hoje.
Em 2000 Bruges é eleita Património da Humanidade pela Unesco.
Dentro das muralhas, a cidade, tem cerca de 10.000 edifícios, dos quais metade são valiosos pela sua arquitectura bem conservada.
A obra mais bonita é “A virgem com o menino”! Uma escultura em mármore branco feita por Miguel Ângelo. Foi adquirida por um mercador e em 1506 oferecida à sua paróquia, a Igreja de Nossa Senhora, onde ainda hoje está em exposição. Foi a única escultura exportada de Itália na época. Merece uma visita e a entrada é livre!

Anualmente Bruges recebe 3 a 4 milhões de visitantes.

Ao chegarmos a esta cidade belga, dentro de muralhas, parece que recuámos no tempo e estamos na idade média. É uma cidade encantada, tudo está conservado à época, desde os edifícios à calçada que é em paralelepípedos, os canais e suas pontes em pedra, os jardins e esplanadas.

É uma cidade plana, deslocamo-nos a pé e em dois dias ficámos a conhecer a cidade com visita a museus (não todos), igrejas (muitas), moinhos de vento, passeio de barco, artesanato (rendas do tipo bilros) e a afamada doçaria (Fig.1).

Quem não conhece os chocolates belgas? Pois é, visitei uma das várias fábricas de chocolates que existem em Bruges. Uma tentação muito doce! Divino…
Doce também são os afamados “florentinos”, um biscoito estaladiço com amêndoa (Fig.2 ).

Há ainda as deliciosas “trufas” e as originais “bolachas belgas”, feitas com manteiga (Fig.3 ).

   Descobrimos um restaurante vegetariano de “Maitre”,próximo do hotel, onde jantamos com atendimento personalizado e os alimentos confeccionados no momento e degustamos um bela refeição regada com um belo vinho tinto italiano.

-Pataniscas de legumes cozinhados assente numa cama de legumes frescos, acompanhado por arroz no forno (Fig.4).
-Chamussas de legumes acompanhado por arroz no forno (Fig.5).

-Empada de legumes e batata acompanhado de salada fresca, um molho agridoce e manteiga batida (Fig.6).


-Sopa de feijão com cogumelos, cenoura, courgette e cebolinho (Fig.7).

-Salada fresca com laranja, maçã e kiwi, temperada com especiarias (Fig.8).

 Para rematar um café expresso, a bica!

Regressamos à Holanda com alguns contratempos pelo meio …