Por razões alheias à nossa vontade, comunicamos aos nossos prezados leitores que a publicação do PCB Magazine irá ser suspensa por tempo indeterminado, a partir da sua 16ª edição que será a última da presente série.
Recordamos que o Magazine contou sempre com o inestimável apoio e boa colaboração de amigos e leitores desde a publicação da sua 1ª edição em 31 de Março de 2011 até à presente data, facto que muito nos apraz registar.
Aproveitamos esta oportunidade para expressar os nossos agradecimentos a todos quantos acarinharam a ideia da sua publicação e ajudaram a concretizá-la das mais diversas formas.
Despedimo-nos com a esperança de podermos eventualmente regressar ao vosso convívio no futuro.
PCB Magazine, 28 de Dezembro de 2014.
Aniversariantes do PCB
Muitos Parabéns e as maiores felicidades!
Outubro - Teresa Xavier Anok, Flávia Silva Xavier, Nicolau Xavier, Alberto Pereira e Rita Rocha
Novembro - Rita Conceição Madaleno, Isabel do Rosário, Virgínia Badaraco Vieira, Isabel d'Andrade e Melo
Dezembro - Telma Rosa, Natércia Ferreira e Álvaro Andrade
Outubro - Teresa Xavier Anok, Flávia Silva Xavier, Nicolau Xavier, Alberto Pereira e Rita Rocha
Novembro - Rita Conceição Madaleno, Isabel do Rosário, Virgínia Badaraco Vieira, Isabel d'Andrade e Melo
Dezembro - Telma Rosa, Natércia Ferreira e Álvaro Andrade
Almoço de Natal 2014
Este simpático grupo de amigos foi recebido no restaurante “Delícias de Goa”, em Dezembro de 2014, pelo seu anfitrião o Senhor José da Paula Rodrigues, para o convívio natalício.
É muito curioso ouvir o Sr.José contar histórias de Goa. Ele conta que foi impedido (soldado que estava ao serviço de um oficial) do último governador de Goa, General Manuel António Vassalo e Silva, já falecido, e que esteve prisioneiro de guerra juntamente com todos os outros militares quando se deu a ocupação de Goa pelas forças armadas indianas em 1961.
Aproveito para relembrar um pouco da história recente das três colónias portuguesas na Índia: Goa, Damão e Diu.
De 18 para 19 de Dezembro de 1961 uma intervenção militar das forças armadas indianas, feita por terra, ar e mar, constituida por 40.000 soldados, 50 caças bombardeiros, um porta-avião, um cruzador, três contra-tropedeiro e quatro fragatas, conquistou Goa em 36 horas.
O exército português era constituido por cerca de 3.500 homens e a marinha por um aviso e três lanchas de fiscalização.
Ora com tão grande desvantagem e tão mal armados os portugueses ofereceram pouca resistência e foram feitos prisioneiros de guerra. Estiveram detidos cerca de cinco meses repartidos em dois campos de prisioneiros o de Alporqueiros e o de Ponda.
Por parte dos portugueses houve 31 mortos, 57 feridos e havia 3.306 prisioneiros de guerra. Por parte dos indianos houve 34 mortos e 51 feridos.
Na época Portugal tinha um governo de ditadura sendo primeiro ministro, António de Oliveira Salazar, que recusou dar a independência às três colónias na Índia. O lider indiano, Jawaharlal Nehru decidiu acabar com a teimosia do Salazar invadindo os territórios. Só em 1974, com a Revolução de Abril, Portugal reconheceu a acção da Índia.
Assim terminou o domínio Português de mais de 450 anos em Goa, Damão e Diu.
Mas a gastronomia goesa essa perdura e no “Delícias de Goa” vamos encontrar pratos goeses de influência portuguesa adaptados ao longo dos 450 anos que a todos recomendamos.
É muito curioso ouvir o Sr.José contar histórias de Goa. Ele conta que foi impedido (soldado que estava ao serviço de um oficial) do último governador de Goa, General Manuel António Vassalo e Silva, já falecido, e que esteve prisioneiro de guerra juntamente com todos os outros militares quando se deu a ocupação de Goa pelas forças armadas indianas em 1961.
Aproveito para relembrar um pouco da história recente das três colónias portuguesas na Índia: Goa, Damão e Diu.
De 18 para 19 de Dezembro de 1961 uma intervenção militar das forças armadas indianas, feita por terra, ar e mar, constituida por 40.000 soldados, 50 caças bombardeiros, um porta-avião, um cruzador, três contra-tropedeiro e quatro fragatas, conquistou Goa em 36 horas.
O exército português era constituido por cerca de 3.500 homens e a marinha por um aviso e três lanchas de fiscalização.
Ora com tão grande desvantagem e tão mal armados os portugueses ofereceram pouca resistência e foram feitos prisioneiros de guerra. Estiveram detidos cerca de cinco meses repartidos em dois campos de prisioneiros o de Alporqueiros e o de Ponda.
Por parte dos portugueses houve 31 mortos, 57 feridos e havia 3.306 prisioneiros de guerra. Por parte dos indianos houve 34 mortos e 51 feridos.
Na época Portugal tinha um governo de ditadura sendo primeiro ministro, António de Oliveira Salazar, que recusou dar a independência às três colónias na Índia. O lider indiano, Jawaharlal Nehru decidiu acabar com a teimosia do Salazar invadindo os territórios. Só em 1974, com a Revolução de Abril, Portugal reconheceu a acção da Índia.
Assim terminou o domínio Português de mais de 450 anos em Goa, Damão e Diu.
Mas a gastronomia goesa essa perdura e no “Delícias de Goa” vamos encontrar pratos goeses de influência portuguesa adaptados ao longo dos 450 anos que a todos recomendamos.
Carlos Coelho
ANO NOVO DE CABRA
Ano novo china tâ tem na trás di porta. Unga cifrada tâ chêga. Istunga ano novo qui tâ intra sã ano di cabra. Qui medo. Sã agora qui tudo cabra-cabra lôgo sálta vem fora. Cabra jóvi, cabra-velha cô tudo laia-laia di cabra cô cabrám. Tórna jâ fála àsnera. Má língu fála qui cabrám sã nhum di cabra velha. Contente nunca, oncôm sábi, pódi-ia. Tamém fala qui cabrám sã avô di cabra co cabrito. Divéra galanti. Si avô di cabra sa cabrám, qui fôi avó nunca si chòma cabróna? Vosôtro disculpa pâ iou. Sã sômente pâ vosôtro ri unchinho. Ano novo sã tem qui fica raganhado cô contente. Ano di cavalo tâ vai-ia. Tudo cabra logo vem montado na cavalo qui di contente. Sã logo rámenda acunga canto “Riders in the Sky”. Vosôtro lembra di istunga canto? Yupi-ai-ye, Yupi-ai-ya.....
Na Macau tudo rua-rua cachipiado di genti di terra-china qui nádi pódi ánda. Si tem gente fica toc-toc péga páram “chop-chop”, qui medo. Sã tudo lôgo vira fica minchi. Nancassã bom fála iou pantominéro. Sã logo dámostra vosôtro tudo óla. Iou já tira quanto “photograph” pâ dámostra qui sã verdadi. Tudo dia sã assí. Quelêmodo nosôtro pódi vâi vandi di San-Ma-Lou? Dia nunca começa na porta-cerco nom tem fim di gente faze fila pâ vem Macau compra lête cô pásta-di-dente cô shampô pâ léva vâi casa na terra-china. Tem unga ancuza sã tem qui fála pâ vosotro uví. Tudo nina-nina china qui tâ vem Macau, sã logo vesti qui di janóta. Rópa brilha pâ tudo vanda. Saia curto cô sapado alto qui quasí logo chéga altura di monte guia. Tique-Toque torcê-torcê, pegado nacunga “trolley” sã vai pâ tudo farmácia-farmácia compra cô léva tudo ancuza qui pódi léva. Nancassã sômentu nina-nina. Tudo vélo-véla tamém fazê istunga ancuza. Quelóra óra di côme, tudo lôgo junta na acunga dôis rua qui pódi subi riva vâi greza di Sé pâ cumpra “fish-ball” cô tudo otrunga laia di cumida pâ come. Tudo, si nunca senta na banco di pedra qui tem nalivánda sá logo côi-côi na rua junta rancho chuchu bambu come. Rua fêde qui na máis. Ilôtro fala cherôso. Chêro di sisica cô cáca di quiança-quiança tamém tem. Qui medo. Nunca si pensâ qui nôsso Macau logo ficâ assí chiqui cô galanti. Casino, gente cachipiado na tudo rua-rua, sissica cô cáca pâ tudo vanda. Tem gente fála qui sã bom. Nuncassã bom fála anda di “autobus”. Ataca ânsia. Tudo cachipiado rámenda saridinha na lata. Autobus nuncassã tem janéla. Tudo fichado. Tem genti catiáca fêde, tira pêdo, tossê, achiu-achiu, tudo ancuza tamém tem.
Dia di calor, sã nádi abri “air-conditioner”. Dia di friu sã logo ligâ acunga air-conditioner forti-forti qui tudo pánha “flu”. Sorti Macau sã terra piquinino pódi vagar-vagar anda vâi tudo vanda. Si nunca? Nancassã sábi quelemódo pódi vâi praça cô san-ma-lou trabalha cô compra ancuza. Mais bom sã senta na casa sossêgado.Nádi pánha flu cô nádi uví gente na autobus am-ka-chan pâ tudo vanda cô dáli unga pâ ôtro. Nancassã acredita, vosôtro pódi vem Macau dá unga iscuta. Quelóra vem nuncabom pánha susto cô azinha fugí, péga aviám volta vâi casa. Tudo óra, tudo dia, puliça transito cô acunga apito, apita qui nom tem fim na vanda di san-ma-lou pâ gente passa di BNU pâ BCM. Pâ volta sâ nunca pódi vem di mesmo manéra. Sã tem qui dâ volta pássa na antigo cinema Nam-Van, vâi vanda di Jorge Alvares pâ torna vai avenida. Vossôtro óla sélea boboriça. Tem mais unga ancuza pâ fala pâ vosotro. Istunga ano di cabra prucissám di Sium-Passo sã na nin-chó-sam cô nin-chó-sei. Vosotro fála quelemodo Sium-Passo pódi pássa? Iou nancassã sabi. Bom pâ vosotro tudo unga Kung Hei Fat Choi com tudo laia di sorti-sorti na istunga ano di cabra qui tâ vem.
ADÉ no Parque dos Poetas em Oeiras
José dos Santos Ferreira – Macau (1919/1993). Popularizado como Adé, nascido e falecido em Macau. Grande parte da vida, dedicou-a à divulgação do dialecto macaense, sendo autor de vasta bibliografia e de récitas, peças de teatro, operetas, etc., que também ensaiava e dirigia.
Durante muitos anos foi colaborador activíssimo de muitos programas de Rádio. Desportista, organizou e dirigiu campeonatos e torneios de diferentes modalidades, foi fundador e dirigente do Hóquei Clube de Macau, Associação de Futebol de Macau e Conselho de Desportos, mais tarde Conselho Provincial de Educação Física, a que presidiu. Colaborou e foi dirigente de várias outras Associações e Clubes Desportivos. Em 1979 foi agraciado pelo Presidente da República Portuguesa com o grau de Cavaleiro da Ordem do Infante D. Henrique. O Governador de Macau atribuiu-lhe, em 1984, a Medalha de Mérito Cultural.
Durante muitos anos foi colaborador activíssimo de muitos programas de Rádio. Desportista, organizou e dirigiu campeonatos e torneios de diferentes modalidades, foi fundador e dirigente do Hóquei Clube de Macau, Associação de Futebol de Macau e Conselho de Desportos, mais tarde Conselho Provincial de Educação Física, a que presidiu. Colaborou e foi dirigente de várias outras Associações e Clubes Desportivos. Em 1979 foi agraciado pelo Presidente da República Portuguesa com o grau de Cavaleiro da Ordem do Infante D. Henrique. O Governador de Macau atribuiu-lhe, em 1984, a Medalha de Mérito Cultural.
"Macau nom-têm
unga porçám di ancuxa,
Máx têm su Primavera,
fila quirida di Naturéxa
Co vento quei faxê mimo,
Fula qui sai cherôso
Co cêu axul"
Escultor:
Carlos Marreiros
Marisa Gaspar na RC - Revista de Cultura
Vamos relembrar de como foi que conhecemos a Marisa através dos links abaixo indicados e fazer o download da revista:
O meu primeiro contacto com o PCB - parte 1
O meu primeiro contacto com o PCB - parte 2
" Download da Revista "
O meu primeiro contacto com o PCB - parte 1
O meu primeiro contacto com o PCB - parte 2
" Download da Revista "
Marisa
A Marisa concluiu o seu doutoramento em Antropologia no ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa com a tese: Macau Sá Filo: Memória, Identidade e Ambivalente na Comunidade Euroasiática Macaense, o qual foi Aprovado com Distinção nas provas públicas de defesa da tese em 29 de Julho de 2013.
Ela chegou ao nosso PCB em Setembro de 2010, no dia da Festa da Lua, e de forma discreta mas expedita, com a ajuda dos macaenses a residir em Portugal, lá começou a dar os primeiros passos nesta grande aventura que seria a de nos conhecer tão bem e a ser tão bem aceite por todos, que passaria a ser integrar o grupo e a ser como uma de nós. Foi mesmo isso que aconteceu, esses laços criaram-se e tornaram-se tão fortes que ultrapassaram o período da sua pesquisa e da escrita da sua tese e até da conclusão do seu doutoramento. Depois de observar, conversar, comer, cantar e dançar – em Lisboa e em Macau – depois de escrever sobre nós, a nossa história e origens, as nossas genealogias familiares e antepassados; e como na atualidade, nós nos sentimos quem somos e porque somos assim, a nossa maneira de sermos e de estarmos em comunidade seja cá, seja em Macau, seja no resto do mundo onde há macaenses que diariamente através das redes sociais, comunicam, estão “juntos” e entre si, recordam outros tempos num outro Macau e mantêm viva esta nossa comunidade. E claro, como não podia deixar de ser, a nossa perdição por comer, sobretudo a nossa ui di sabrosa comida macaense e como a ela é tão, mas tão importante, que nos define como macaenses. Agora a Marisa é simplesmente presença “obrigatória” nas nossas festas e outros convívios. Ela continua curiosa e a fazer muitas perguntas, mas já ninguém nota, aliás, só notamos se por acaso ela lá não estiver. A Marisa diz que o nosso PCB e as nossas comezainas a inspiraram tanto, que agora só quer saber é de investigar, estudar e de escrever sobre comida e, por exemplo, a grande importância desta para a nossa identidade étnica e cultural macaense, de tal modo, que foi reconhecida como Património Cultural Imaterial de Macau em 2012 e um dia, quem sabe, a nossa centenária gastronomia macaense poderá mesmo chegar a ser Património da Humanidade. Nós cá estamos para a continuarmos a apoiar nestes seus projetos futuros, especialmente no que dar-lhe comida para o estômago e para a alma diz respeito!
O PCB deseja à Marisa os maiores sucessos e presta-lhe esta homenagem que é no fundo uma homenagem a todos nós macaenses pelo trabalho científico e rigoroso que ela elaborou e que em breve sairá em livro, para que chegue a toda a gente e que o mundo inteiro saiba da nossa existência ou nos fique a conhecer melhor.
A Cerimónia de Entrega das Insígnias aos Novos Doutores do ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa no dia 15 de Dezembro de 2014. A nossa Marisa é das mais novinhas de todos, grande orgulho e muitos parabéns, Marisa.
" V I D E O "
" V I D E O "
Macau 1970 - A cidade flutuante
Quando cheguei a Macau foi na madrugada (00H30M) do dia 23 de Julho de 1970, a bordo do ferry-boat "SSMacau" que atracou no porto exterior.
Era de noite o que não deu para ver com detalhe o que havia à minha volta nas margens do Rio das Pérolas. Foi portanto de dia, num outro momento que observei todo o bulício de grandes e pequenos barcos, todos muito juntinhos, desde a margem até ao meio do Rio das Pérolas, enfim uma cidade dentro de outra cidade ali junto do Porto Interior!
Viviam aí muitos milhares de chineses e que raramente vinham a terra, muitos só o faziam em tempo de tufão. As pessoas que lá viviam avançavam de barco para barco como nós passeamos nas ruas. Os barcos pequenos chamam-se "sampan" (palavra inglesa) também chamados barcos de "três tábuas", onde se abrigam famílias inteiras e estão presos com varas de bambu enterradas na lama do rio para evitar que os ventos do tufão os afundem. Mas quando os ventos eram muitíssimo fortes muitos desses pequenos barcos eram colocados no passeio ao longo da Rua das Lorchas. No meio do rio estavam os de maior envergadura, chamados juncos, são os que vão à pesca e abastecem de pescado toda a cidade de Macau.
Ouvi muitas vezes relatos que nos sampan se amontoavam adultos e crianças quase uns por cima dos outros e que nos juncos embora fossem barcos de pesca, eram igualmente as casas dos seus proprietários que tinham outro poder económico. O que acontecia ali naquela comunidade fluvial piscatória era exactamente igual ao que sucedia com a população urbana de Macau, uns (poucos) viviam melhor que (muitos) outros!
Quase todos os barcos navegavam à vela. Velas de panos remendados, de cor predominante acastanhada e até pretas. Mas vi bastantes saindo ou entrando no porto interior, de velas desfraldadas que pareciam leques gigantes. "Co assi bom cara Macau" Texto e foto: Manuel Camejo Almeida
Nicolau Xavier - como caí nos Açores - Parte 2
COMO “CAÍ” NOS AÇORES ... (parte II)
Pouco antes do fim da Instrução Especial, aos cadetes foi entregue um documento para declararmos três locais para onde desejávamos ser destacados, após a formação. Como tinha a minha irmã Anabela a estudar na capital, optei primeiro por Lisboa e, a seguir, Açores e Madeira, arquipélagos que até então não conhecia.
Durante as férias, recebo a informação de que tinha sido destacado para Ponta Delgada, S.Miguel, Açores, juntamente com vários camaradas madeirenses e açorianos. Soube mais tarde que o conterrâneo Henrique Nolasco da Silva (“Ricky”) tinha sido mobilizado para Moçambique. De simples cadetes, fomos promovidos a Aspirantes a Oficial Miliciano.
Tratadas as formalidades relativas à viagem, parti com eles ainda no verão de 1968 do Cais de Óbidos para Ponta Delgada no navio “Funchal” que era na altura uma das jóias da CNN (não a cadeia americana de televisão mas sim a nossa Companhia Nacional de Navegação), juntamente com o “Vera Cruz” e o célebre “Santa Maria” que já faz parte da nossa História, por razões de todos conhecidas.
A viagem durou apenas três dias e decorreu sem incidentes. De dia, via-se quão imenso era o Oceano Atlântico, com as suas águas de um azul carregado tal a sua profundeza, contrastando um céu azul normal. À noite, a paisagem era outra: um mar escuro e cintilante devido ao luar e um céu estrelado onde imperava a lua. O navio fez escala na cidade do Funchal que visitámos durante algumas horas. Deixou entretanto em terra os poucos camaradas destacados para a Madeira e rumou com os restantes novamente a bordo para o seu destino final.
Já com S. Miguel à vista, os meus amigos açorianos disputavam entre si o lugar na apresentação da ilha, informando-me os nomes das terras que se iam perfilando diante dos nossos olhos. Éramos cada vez menos em número mas conhecíamo-nos já bastante melhor e mais de perto. A amizade criada dos tempos de Mafra ia-se cimentando a pouco e pouco, perdurando até aos dias de hoje, passados que foram mais de quarenta e cinco anos.
Tenho ainda bem presente a imagem de Ponta Delgada, vista do navio atracado no porto no dia da chegada. Não sentia nenhuma pressa em desembarcar por saber que não tinha ninguém à minha espera nem ainda casa para onde ir, situação que contrastava com a dos meus camaradas que ali tinham na sua maioria as suas famílias e residências. Pachorrento, acabei por me pôr em terra firme e seguir para uma nova etapa da minha vida.
Na manhã seguinte, apresentámo-nos todos no Batalhão Independente no. 18 (BI 18), situado nos Arrifes, numa colina por cima da cidade de Ponta Delgada, quando vista do seu porto.
Os primeiros dias foram consumidos com a instalação num apartamento que passou a ser a minha casa durante toda a estadia nos Açores. Estava bem localizada, pois situava-se perto da Baixa e pouco distava do BI 18. O transporte diário facultativo era assegurado de manhã por uma viatura militar que, seguindo um determinado itinerário e com várias paragens, ia recolhendo os oficiais pelo caminho até ao quartel. Ao fim da tarde, a viatura fazia o trajecto inverso. Este processo funcionou impecavelmente, sem prejuízo de casos pontuais em que nos deslocávamos em viaturas particulares ou muito raramente em transportes públicos.
A princípio, quando aparecia na cidade fardado, sentia que era alvo de olhares estranhos e curiosos. Afinal, que raio de homem é esse? O que anda a fazer por aqui? Para os residentes locais, eu devia ser uma “avis rara”, envergando ainda por cima a farda do Exército Português. Essa simples visão devia causar alguma confusão nas suas cabeças. Com ajuda amiga, compreendi mais tarde a razão dessa atitude: os açorianos não estavam então (em 1968) tão habituados a encontrar-se com indivíduos, de feições orientais. E achavam piada...
Pouco antes do fim da Instrução Especial, aos cadetes foi entregue um documento para declararmos três locais para onde desejávamos ser destacados, após a formação. Como tinha a minha irmã Anabela a estudar na capital, optei primeiro por Lisboa e, a seguir, Açores e Madeira, arquipélagos que até então não conhecia.
Durante as férias, recebo a informação de que tinha sido destacado para Ponta Delgada, S.Miguel, Açores, juntamente com vários camaradas madeirenses e açorianos. Soube mais tarde que o conterrâneo Henrique Nolasco da Silva (“Ricky”) tinha sido mobilizado para Moçambique. De simples cadetes, fomos promovidos a Aspirantes a Oficial Miliciano.
Tratadas as formalidades relativas à viagem, parti com eles ainda no verão de 1968 do Cais de Óbidos para Ponta Delgada no navio “Funchal” que era na altura uma das jóias da CNN (não a cadeia americana de televisão mas sim a nossa Companhia Nacional de Navegação), juntamente com o “Vera Cruz” e o célebre “Santa Maria” que já faz parte da nossa História, por razões de todos conhecidas.
A viagem durou apenas três dias e decorreu sem incidentes. De dia, via-se quão imenso era o Oceano Atlântico, com as suas águas de um azul carregado tal a sua profundeza, contrastando um céu azul normal. À noite, a paisagem era outra: um mar escuro e cintilante devido ao luar e um céu estrelado onde imperava a lua. O navio fez escala na cidade do Funchal que visitámos durante algumas horas. Deixou entretanto em terra os poucos camaradas destacados para a Madeira e rumou com os restantes novamente a bordo para o seu destino final.
Já com S. Miguel à vista, os meus amigos açorianos disputavam entre si o lugar na apresentação da ilha, informando-me os nomes das terras que se iam perfilando diante dos nossos olhos. Éramos cada vez menos em número mas conhecíamo-nos já bastante melhor e mais de perto. A amizade criada dos tempos de Mafra ia-se cimentando a pouco e pouco, perdurando até aos dias de hoje, passados que foram mais de quarenta e cinco anos.
Tenho ainda bem presente a imagem de Ponta Delgada, vista do navio atracado no porto no dia da chegada. Não sentia nenhuma pressa em desembarcar por saber que não tinha ninguém à minha espera nem ainda casa para onde ir, situação que contrastava com a dos meus camaradas que ali tinham na sua maioria as suas famílias e residências. Pachorrento, acabei por me pôr em terra firme e seguir para uma nova etapa da minha vida.
Na manhã seguinte, apresentámo-nos todos no Batalhão Independente no. 18 (BI 18), situado nos Arrifes, numa colina por cima da cidade de Ponta Delgada, quando vista do seu porto.
Os primeiros dias foram consumidos com a instalação num apartamento que passou a ser a minha casa durante toda a estadia nos Açores. Estava bem localizada, pois situava-se perto da Baixa e pouco distava do BI 18. O transporte diário facultativo era assegurado de manhã por uma viatura militar que, seguindo um determinado itinerário e com várias paragens, ia recolhendo os oficiais pelo caminho até ao quartel. Ao fim da tarde, a viatura fazia o trajecto inverso. Este processo funcionou impecavelmente, sem prejuízo de casos pontuais em que nos deslocávamos em viaturas particulares ou muito raramente em transportes públicos.
A princípio, quando aparecia na cidade fardado, sentia que era alvo de olhares estranhos e curiosos. Afinal, que raio de homem é esse? O que anda a fazer por aqui? Para os residentes locais, eu devia ser uma “avis rara”, envergando ainda por cima a farda do Exército Português. Essa simples visão devia causar alguma confusão nas suas cabeças. Com ajuda amiga, compreendi mais tarde a razão dessa atitude: os açorianos não estavam então (em 1968) tão habituados a encontrar-se com indivíduos, de feições orientais. E achavam piada...
Nicolau Xavier - como caí nos Açores - parte 3
(cont. parte III)
Os primeiros tempos foram vividos muito tranquilamente. Fui-me habituando à vida no quartel e na cidade, procurando conhecê-los o melhor e o mais ràpidamente possível. Aproveitava os fins de semana para visitar os monumentos e locais de interesse, tentando também descobrir o que de bom havia na culinária açoriana e micaelense. Abundava a lagosta que era boa e barata, o polvo e os mariscos eram muito apreciados e a carne era saudável e saborosa porque as vacas pastavam dia e noite nos verdes campos, alimentando-se só de erva e nunca regressando aos estábulos. Passavam a noite ao relento. Não é sem razão que a ilha de S. Miguel é tida como a Ilha Verde – ela encontra-se vestida de verde à roda do ano devido à sua abundante vegetação e humidade. O ananás, produzido em estufas e em larga escala, eram considerados os melhores do mundo, sendo exportadas inclusivamente para os EUA onde viviam grandes comunidades de açorianos. Os produtos lacticínios possuiam boa qualidade.
Devido à localização do arquipélago, as condições meteorológicas alteravam-se fàcilmente em pouco tempo. Costumava-se dizer que num dia se reproduziam as quatro estações do ano. Embora a situação fosse volátil, contudo havia um certo exagero nessa afimação. A humidade que atingia elevados níveis no inverno, principalmente nas zonas altas e desabrigadas, limitava a visibilidade a escassos metros. Não posso deixar de me referir aos abalos sísmicos. Embora cedo tivesse sido alertado para esse fenómeno frequente, em toda a minha estadia senti apenas dois ou três pequenos abalos de curtissima duração, talvez por ter pouca sensibilidade para este tipo de trepidações.
Juntamente com outros Aspirantes, fui destacado para a Companhia de Instrução que se dedicava à formação dos novos recrutas que em grande número participavam anualmente em vários turnos. A cada um de nós era confiado um pelotão, constituído habitualmente por cerca de 30 soldados. Cada um era coadjuvado por dois sargentos/ furriéis.
Mais do que nunca, tínhamos consciência das nossas responsabilidades na formação desses homens, pois o País enfrentava na altura a Guerra Colonial em certas províncias ultramarinas. Depois da formação, os soldados eram agrupados em Companhias, seguindo para Lisboa e depois directamente para o Ultramar e zonas de combate. Queríamos que fossem preparados da melhor maneira possível, pois dessa formação podia depender a sua vida ou morte.
Não é fácil treinar um recruta, especialmente quando ele vem dum meio rural, o que acontecia com grande frequência. Quem sempre viveu da agricultura ou da pastorícia nas inúmeras freguesias dos Açores e de repente se vê na cidade que não conhece e ainda num meio completamente diferente como seja o de um quartel sente dificuldades em se adaptar ao novo ambiente, tornando-se complicado nos primeiros tempos entregar-lhe uma arma de fogo (de guerra) em vez de uma enxada. Não sabe o que fazer. Fica muitas vezes nervoso e reage mal e ainda de modo imprevisível. E, mesmo depois de algum tempo, às vezes cria situações de perigo … principalmente quando essa arma está carregada com munição na câmara e pronta para disparar na carreira de tiro onde a maior parte dos acidentes infelizmente têm lugar. Sei do que estou a falar, pois, dentre as muitas funções que desempenhei no BI 18, fui Oficial de Tiro, responsável pela dita carreira e por tudo quanto lá passasse. De bom e de mal. Quando se juntam espingardas, pistolas, metralhadoras, morteiros, granadas de mão, lança-granadas (bazookas), lança-chamas, etc... com munições e pessoas, todo o cuidado era pouco. Uma falha, um descuido, uma desatenção podia fàcilmente provocar baixas, entre mortos e feridos. Sem contemplações. Cabia principalmente ao Oficial de Tiro garantir a máxima segurança em todo o treino desse pessoal. Tive como auxiliares dois jovens furriéis açorianos: o Tavares que era exímio em tiros de rajada com a espingarda automática G-3 e o Baptista que tinha uma pontaria tão certeira que fàcilmente abatia com a sua Mauser um milhafre em pleno vôo. No Batalhão, não conheci melhores atiradores.
Não me esqueço dos inúmeros exercícios finais no Rego de Água, na zona central da ilha, que percorremos de lés a lés, bem como a inevitável hora das despedidas no fim de cada turno de instrução.
Entretanto, o tempo foi passando. Dia veio em que fui promovido a Alferes Miliciano, como os outros camaradas do meu Curso. Além do almoço oferecido na Messe de Oficiais no Quartel, realizámos na cidade um bom jantar. Ambos decorreram em ambiente muito agradável e de sâ camaradagem. Viviam-se então outros tempos.
Tive a oportunidade de visitar algumas das nove ilhas que constituem o arquipélago dos Açores. Como o arquipélago era de origem vulcânica, as rochas e areias eram dum castanho escuro, pelo que a paisagem assumia bàsicamente tons escuros, à semelhança do que acontecia nas ilhas Hawai no Pacífico. Chamaram particular atenção a Terceira e a Base Aérea Americana onde a azáfama era então enorme com vôos contínuos de aviões que, tanto quanto se sabia, provinham dos EUA, escalavam a Base e seguiam para a Alemanha Ocidental (a Oriental ainda existia) e depois para o Vietnam onde os americanos faziam a sua guerra. Enquanto uns vinham, outros partiam em sentido contrário. Faziam-se ali boas compras. O Faial, com os Capelinhos e o porto/marina, merece também menção especial.
Nicolau Xavier - como caí nos Açores - Parte 4
(cont. parte IV)
No verão de 1969, a Companhia onde estava integrado deslocou-se cedo numa manhã numa unidade da Marinha Portuguesa para Angra do Heroísmo a fim de, em representação do BI 18, participar nas celebrações do 10 de Junho, celebrações essas que culminaram com um grande desfile pela avenida principal da cidade. Findas as cerimónias, regressámos ao entardecer a Ponta Delgada. Uma correria louca.
Quando cheguei um dia à minha casa, o proprietário disse-me que tinha vindo à minha procura um indivíduo que se tinha apresentado como “um amigo de Macau”. Intrigado, passei a noite a adivinhar quem terá sido o outro “maluco” caído também em S. Miguel. Algum turista de passagem? Estudante em Lisboa? A resposta tive-a na manhã seguinte no Quartel quando apareceu à minha frente nada mais nada menos do que o João Magalhães (“Pom-Pom”), todo ele fardado. Caiu-me o queixo, pois não o via há séculos! E perdi a fala por alguns momentos. Como assim? Depois dos abraços iniciais, conversámos, conversámos … e não parámos de conversar durante todo o tempo em que permaneceu na ilha e que não foi muito. Disse-me então que tinha estado em Lamego numa formação de Operações Especiais e vinha treinar e fazer parte duma Companhia com destino para a Guiné. Ele foi o segundo macaense que encontrei na tropa. Lembro-me tão bem dos jogos de ping-pong que realizámos no Quartel, também com a participação de outros oficiais, dos jantares na cidade e posteriores passeios realizados no verão na Avenida Marginal de Ponta Delgada.
Passado algum tempo, o “Pom-Pom” foi-se embora mais a Companhia da qual fazia parte. Será que não há mesmo dois macaenses sem três? Dois macaenses, já eu vi (o “Ricky” e o “Pom Pom”); chegará ainda um terceiro?
Alguém lá do alto deve ter lido o meu pensamento. Decorrido algum tempo depois da partida do “Pom-Pom”, aparece um dia especado à minha frente no Quartel o Dr. Jorge Rangel (“Jimmy”), também todo ele fardado. Fartámo-nos de rir nessa ocasião. Como era possível? Não dava para acreditar! A surpresa não foi tanto dele porque sabia, provàvelmente através da Anabela ou do Alfredo, que eu andava por aquelas bandas. Era eu que estava surpreendido, pois a sua aparição tinha sido súbita. Disse-me na altura que, depois dos estudos universitários em Lisboa, tinha concluído o CPC (Curso de Promoção a Capitão) e que estava em S. Miguel para formar e levar uma Companhia, sob seu próprio comando, para a Guiné. Poucos meses depois, também ele partiu, acompanhado dos seus homens, deixando-me novamente como o único macaense no Batalhão.
Resumindo: Três oficiais macaenses prestaram serviço juntos no BI 18 num determinado momento. O “Pom -Pom” e o “Jimmy” levaram para a Guiné soldados açorianos formados no mesmo Batalhão onde durante cerca de três anos o autor destas linhas foi instrutor e Oficial de Tiro, para além de outras funções cometidas.
A minha “comissão de serviço” foi toda ela feita nos Açores. Dos quatro macaenses referidos neste artigo, três estiveram em zonas de combate. Fui a única excepção porque por algum motivo se entendeu que devia ficar para trás para instruir recrutas até ao dia da minha passagem à disponibilidade no verão de 1971 com o meu regresso definitivo para Macau para reassumir as funções públicas que tinha interrompido devido ao serviço militar que na altura era obrigatório.
Foi assim que um dia “caí” nos Açores.
NOTAS FINAIS
Na minha curta passagem pelo arquipélago, situado no meio do imenso Oceano Atlântico entre a Europa e o Continente Americano, guardo das suas terras e das suas gentes as mais gratas recordações. Foram tempos intensamente vividos entre gente simples, honesta, laboriosa e amiga.
Ao longo dos anos, revisitei várias vezes S. Miguel, umas vezes sozinho devido a afazeres profissionais, outras vezes com a família em férias. Numa das visitas, quis mostrar à minha mulher o Museu Machado de Castro em Ponta Delgada. Íamos a conversar descontraidamente quando se abeirou de mim um indivíduo que, apresentando-se como funcionário do Museu, disse que, salvo erro, tinha ouvido algumas palavras ditas em português. Perguntou-me se era de Macau e se conhecia o Alferes Xavier. Respondi que ele estava efectivamente a falar com o (então) Alferes Xavier. Ficou muito contente, adiantando com certo orgulho que tinha sido meu recruta antes de ir para a Guiné e ainda que iria transmitir o nosso encontro aos seus companheiros de então. Pelos vistos, esse recruta/soldado não se esqueceu de mim, passados esses anos todos.
Origamis
Uma amiga minha fazia trabalhos manuais diversos para passar e fazer render o tempo. Entusiasmei-me na “estrela de Natal” de papel que estava a fazer e, com muito gosto, ensinou-me a fazê-la. Pensei como o papel pode transformar-se em lindas formas de decoração.
Fiz muitas dessas estrelas para decorar a minha casa e para oferecer. Achei que podia diversificar os trabalhos, então fui à Internet e fiquei cativada pelos trabalhos de Origami. Encontrei uma página muito simpática com lindos padrões novos cujas instruções eram muito claras, www.origami-instructions.com De seguida, semanas a fio, esgotei os seus modelos.
Iniciei pesquisas no Youtube para encontrar padrões novas e mais exigentes. Verifiquei que o que aparentemente é difícil e inatingível pode ser ultrapassado com a persistência, força de vontade e auto-confiança. Levava sempre o espírito de esforçar-me o máximo, de ir até o limite das minhas capacidades e de me deixar envolver pela alegria da realização, se falhar nada a censurar. Acho que tinha sido por esse espírito mental que consegui entrar no mundo do Origami. Entrei num concurso on-line organizado por um origamista criador americano e fiquei vencedora de primeira classificada, se bem que concorreram apenas cinco praticantes, rsrsrs. Recebi via postal dos EU o prémio.
O Origami é a arte de dobragem do papel, tradicionalmente é realizada a partir de uma folha quadrada, e, como regra, não se deve usar nem o corte nem a cola, para obter formas belas, inspiradas pela natureza e por vários objectos do quotidiano. É um mundo de modelos, de mera função decorativa a utilitários, como caixas, porta-moedas, porta-cartões, envelopes, marcadores de livros, brinquedos. O origami modular é a junção de várias peças de origami.
Além de arte é uma forma de terapia, com vários benefícios, exercita a criatividade, a memória, o raciocínio e a capacidade de concentração. Hoje conta com adeptos de todo o mundo e a sua aprendizagem é incentivada em escolas e em terapias mentais.
“A verdadeira, elegante e duradoura arte do origami é como um símbolo para a paz mundial” – Akira Yoshizawa (mestre do origami do séc.XX). Regresso sempre ao origami nos momentos em que necessito da paz interior.
Celestina Rocha
Fiz muitas dessas estrelas para decorar a minha casa e para oferecer. Achei que podia diversificar os trabalhos, então fui à Internet e fiquei cativada pelos trabalhos de Origami. Encontrei uma página muito simpática com lindos padrões novos cujas instruções eram muito claras, www.origami-instructions.com De seguida, semanas a fio, esgotei os seus modelos.
Iniciei pesquisas no Youtube para encontrar padrões novas e mais exigentes. Verifiquei que o que aparentemente é difícil e inatingível pode ser ultrapassado com a persistência, força de vontade e auto-confiança. Levava sempre o espírito de esforçar-me o máximo, de ir até o limite das minhas capacidades e de me deixar envolver pela alegria da realização, se falhar nada a censurar. Acho que tinha sido por esse espírito mental que consegui entrar no mundo do Origami. Entrei num concurso on-line organizado por um origamista criador americano e fiquei vencedora de primeira classificada, se bem que concorreram apenas cinco praticantes, rsrsrs. Recebi via postal dos EU o prémio.
O Origami é a arte de dobragem do papel, tradicionalmente é realizada a partir de uma folha quadrada, e, como regra, não se deve usar nem o corte nem a cola, para obter formas belas, inspiradas pela natureza e por vários objectos do quotidiano. É um mundo de modelos, de mera função decorativa a utilitários, como caixas, porta-moedas, porta-cartões, envelopes, marcadores de livros, brinquedos. O origami modular é a junção de várias peças de origami.
Além de arte é uma forma de terapia, com vários benefícios, exercita a criatividade, a memória, o raciocínio e a capacidade de concentração. Hoje conta com adeptos de todo o mundo e a sua aprendizagem é incentivada em escolas e em terapias mentais.
“A verdadeira, elegante e duradoura arte do origami é como um símbolo para a paz mundial” – Akira Yoshizawa (mestre do origami do séc.XX). Regresso sempre ao origami nos momentos em que necessito da paz interior.
Celestina Rocha
Recordã sã vivê
Já cavá festa di Na Tchá, tempo quente qui quente, sã quente di morrê, ronçâ vâi ronçâ vêm, qui cuza di bom têm pa fazê?, Iou têm vivo junto di Jardim lou Lin Ioc ou Lou Kau, lôgo lôgo ta vâi jardim paxá ia.
Quente di morrê, iou têm dentro di jardim já ólã qui tánto orquídia, sã exposição di istuga fula, já ólã orquídia qui galánte, lôgo já recordã qui istunga jardim já têm exposição di crisantemum na áno 70, dessá botá chapa ia, sã más bom ólã pa chapa qui ólã pa ancuza iou já iscrevê ia .
Na tempo antigu já tirá chapa di crisantemum, sã chapa preto e branco, na áno 2013 tira chápa di cor pa orquídia iou também têm foto co istunga fula, quelóra na tempo antigu ongçon tirá foto têm qui têm tripé unga relógio pichotito co pé qui sâi pa chuchú pa disparador di máquina, logo fazê relógio andá têm qui corrê como dôdo pa logar di foto, agora chomá selfies, botá unga bastão ou monospot na máquina bota relógio di máquina pa dispará dôs segundos más tarde, istendê máquina ou telemóvel vâi fóra lôgo tem foto ólã ia.
Azinha já recordá qui iou já vivê na rua Táp Siac na Edifício D. Belchior Carneiro qui ficá na dianteira di istunga jardim fichádo, unga cánto, parte di Iscóla Infantil Pui Cheng, lôgo lembrá qui iou já vivê na Edifício Lai Ün qui têm na lado, istunga parte di jardim qui já vendê pa gente qui plantá fula lôgo já vendê pa levanta casa.
Ancuza qui nunca pódi isquecê sã iou co iou sa amigu amigu já vâi istunga jardim brincá passá su tempo tamêm tirá chapa qui iou já fazê fotografia na iou sa casa, pa intrá pa jardim sã tem qui pagá cinquenta avos, siára Terry ólã nosôtro tudo já dessá nosôtro intrá nádi cobrá tánto vez ia.
Nosôtro já achá dôs jangada di bambú, unga pódi remá, lôgo já vâi lago fóra, ôtro non pódi sâi di logar úndi têm, colega colega já remá vâi lago fóra ia, somente unga, unga vêz, iou non pódi vâi remá, iou gordo, pesado vâi pa jangada, istunga lôgo ficá tudo torto, lôgo pódi ravirá vâi fundo ia.
Lôgo Lôgo já corrê vâi Jardim S. Francisco tirá chapa, corrê riva, descê básso di jardim, tamêm vâi Fortaleza Monte, Ruína di S. Paulo e Penha vadiá tirá já tirá chapa pa recordaçám.
Setembro chegá ia, sã mês qui iou fazê áno, sã têm iou sa jantar qui têm na restaurante Laurel, prato qui nom pódi faltá sã pato pequim.
- - - " Pato lacado " - - -
Tamêm ADM fazê festa di aniversário pa su sócio sócio, têm Tuna Macaense tocá cantá, já dá prenda pa su aniversariante juntado co bolo cândia pa soprá.
Intunga bolo di aniversário pichotito co cândia cendido já fazê iou recordã iou sa primeiro bolo di aniversário co cândia, iou fazê áno, sã iou sa irmão Dico qui já suprá primeiro, iou nádi dessá ele churá fazê barulo, iou sa mâi chomá iou dá pa ele suprá primeiro, iou já fica réva até hózi lôgo qui recordã.
Já ronçá aqui ali vanda, sentí pat üt sap ng ta chegá ia, ólã pastelaria já têm bolo bate pau (üt pén) pa vendê, lôgo recorda istunga quánto pastelaria china qui vendê bolo bolo china na Av. Almeida Ribeiro co su pai fón e pai lao pa festeja 1 di Outubro, 5 di Outubro e 10 di Outubro, rua têm políça políça co espingarda e metrelhadora di guarda.
Instunga vídeo e foto qui iou botá nunca sã ancuza antigu somente sã fazê pa rcorda tempo antigu.
- - - " P a i F ó n " - - -
Bom sã assi tánto ia, lôgo iou iscrevê fogo artifício, natal qui sábi cuza más.
Texto: Filipe Rosário
Foto de aniversário: ADM
Foto preto e branco, vídeos e outros fotos: Filipe Rosário
Quente di morrê, iou têm dentro di jardim já ólã qui tánto orquídia, sã exposição di istuga fula, já ólã orquídia qui galánte, lôgo já recordã qui istunga jardim já têm exposição di crisantemum na áno 70, dessá botá chapa ia, sã más bom ólã pa chapa qui ólã pa ancuza iou já iscrevê ia .
Na tempo antigu já tirá chapa di crisantemum, sã chapa preto e branco, na áno 2013 tira chápa di cor pa orquídia iou também têm foto co istunga fula, quelóra na tempo antigu ongçon tirá foto têm qui têm tripé unga relógio pichotito co pé qui sâi pa chuchú pa disparador di máquina, logo fazê relógio andá têm qui corrê como dôdo pa logar di foto, agora chomá selfies, botá unga bastão ou monospot na máquina bota relógio di máquina pa dispará dôs segundos más tarde, istendê máquina ou telemóvel vâi fóra lôgo tem foto ólã ia.
Azinha já recordá qui iou já vivê na rua Táp Siac na Edifício D. Belchior Carneiro qui ficá na dianteira di istunga jardim fichádo, unga cánto, parte di Iscóla Infantil Pui Cheng, lôgo lembrá qui iou já vivê na Edifício Lai Ün qui têm na lado, istunga parte di jardim qui já vendê pa gente qui plantá fula lôgo já vendê pa levanta casa.
Ancuza qui nunca pódi isquecê sã iou co iou sa amigu amigu já vâi istunga jardim brincá passá su tempo tamêm tirá chapa qui iou já fazê fotografia na iou sa casa, pa intrá pa jardim sã tem qui pagá cinquenta avos, siára Terry ólã nosôtro tudo já dessá nosôtro intrá nádi cobrá tánto vez ia.
Nosôtro já achá dôs jangada di bambú, unga pódi remá, lôgo já vâi lago fóra, ôtro non pódi sâi di logar úndi têm, colega colega já remá vâi lago fóra ia, somente unga, unga vêz, iou non pódi vâi remá, iou gordo, pesado vâi pa jangada, istunga lôgo ficá tudo torto, lôgo pódi ravirá vâi fundo ia.
Lôgo Lôgo já corrê vâi Jardim S. Francisco tirá chapa, corrê riva, descê básso di jardim, tamêm vâi Fortaleza Monte, Ruína di S. Paulo e Penha vadiá tirá já tirá chapa pa recordaçám.
Setembro chegá ia, sã mês qui iou fazê áno, sã têm iou sa jantar qui têm na restaurante Laurel, prato qui nom pódi faltá sã pato pequim.
- - - " Pato lacado " - - -
Tamêm ADM fazê festa di aniversário pa su sócio sócio, têm Tuna Macaense tocá cantá, já dá prenda pa su aniversariante juntado co bolo cândia pa soprá.
Intunga bolo di aniversário pichotito co cândia cendido já fazê iou recordã iou sa primeiro bolo di aniversário co cândia, iou fazê áno, sã iou sa irmão Dico qui já suprá primeiro, iou nádi dessá ele churá fazê barulo, iou sa mâi chomá iou dá pa ele suprá primeiro, iou já fica réva até hózi lôgo qui recordã.
Já ronçá aqui ali vanda, sentí pat üt sap ng ta chegá ia, ólã pastelaria já têm bolo bate pau (üt pén) pa vendê, lôgo recorda istunga quánto pastelaria china qui vendê bolo bolo china na Av. Almeida Ribeiro co su pai fón e pai lao pa festeja 1 di Outubro, 5 di Outubro e 10 di Outubro, rua têm políça políça co espingarda e metrelhadora di guarda.
Instunga vídeo e foto qui iou botá nunca sã ancuza antigu somente sã fazê pa rcorda tempo antigu.
- - - " P a i F ó n " - - -
Bom sã assi tánto ia, lôgo iou iscrevê fogo artifício, natal qui sábi cuza más.
Texto: Filipe Rosário
Foto de aniversário: ADM
Foto preto e branco, vídeos e outros fotos: Filipe Rosário
A cozinha Macaense
Descrições e Receitas para ilustrar a sua História
A nau atracara há muitos dias no cais. Longe da sua pátria, o cozinheiro de bordo queixou-se, com enfado, certa manhã, à sua cara metade que estava farto de comer, ao almoço, o Son-kou – espécie de pão insípido – e que estava tentado a experimentar cozer o “pão de ló” português, mesmo com a exagerada quantidade de 16 ovos a banho-Maria, isto é, a vapor. Todos os bolos chineses são cozidos a banho-Maria; e, nesse tempo, não havia forno apropriado para assar bolos.
Cortou uma fatia e deu-a à mulher para provar.
O efeito foi instantâneo e inesperado. Ela deu uns pulinhos de satisfação paladaresca e, abraçando o marido, saltitou umas voltinhas e exclamou “Ai! Sarán-suráve!” Foi uma paráfrase instintiva de sons alegres ou a poetização oriental da frase: “San suave ! “ É realmente muito leve! Foi assim que ela baptizou o “pão de ló” português, chamando-lhe “Sarán-suráve”. Macaizou-se ainda, cobrindo o bolo com coco ralado, cozido com açúcar. Não contente, acrescentou uma camada de canela em pó, variando ás vezes com feijão torrado e moído ou com a farinha de biscoito, para saber nelhor.
E até hoje, há quem pense que este bolo tem de ser cozido a banho-Maria, não se convencendo de que daria melhor resultado, se fosse assado ao forno.
A nau atracara há muitos dias no cais. Longe da sua pátria, o cozinheiro de bordo queixou-se, com enfado, certa manhã, à sua cara metade que estava farto de comer, ao almoço, o Son-kou – espécie de pão insípido – e que estava tentado a experimentar cozer o “pão de ló” português, mesmo com a exagerada quantidade de 16 ovos a banho-Maria, isto é, a vapor. Todos os bolos chineses são cozidos a banho-Maria; e, nesse tempo, não havia forno apropriado para assar bolos.
Cortou uma fatia e deu-a à mulher para provar.
O efeito foi instantâneo e inesperado. Ela deu uns pulinhos de satisfação paladaresca e, abraçando o marido, saltitou umas voltinhas e exclamou “Ai! Sarán-suráve!” Foi uma paráfrase instintiva de sons alegres ou a poetização oriental da frase: “San suave ! “ É realmente muito leve! Foi assim que ela baptizou o “pão de ló” português, chamando-lhe “Sarán-suráve”. Macaizou-se ainda, cobrindo o bolo com coco ralado, cozido com açúcar. Não contente, acrescentou uma camada de canela em pó, variando ás vezes com feijão torrado e moído ou com a farinha de biscoito, para saber nelhor.
E até hoje, há quem pense que este bolo tem de ser cozido a banho-Maria, não se convencendo de que daria melhor resultado, se fosse assado ao forno.
As receitas da Ti Mari
Receita de Bolinholas
43) RAPOZA
36 ovos a metade com clara, 1 catte de farinha, 4 taeis de assucar, 1 catte de lombo, e 1 frango, tempura de pastel.
44) OBRÊA E GENETI
18 ovos 2 ponha clara e outros gemas ½ catte de assucar, 1 catte ½ de farinha um pouco de erva doce e manteiga.
45) SILICÁRIO
10 chupas de leite, 25 gemas de ovos, assucar conforme a doçura que quer, pode sahir 10 chicaras.
CATTE - 1 cate corresponde a 604,8 gramas. 1 cate tem 16 taeis e 1 tael equivale a 37,8g.
Receitas da TI Mari - Livro manuscrito no século 19, (com 138 anos) oferecido gentilmente pelos Confrades Florita Morais Alves e Victor Morais Alves, à Confraria da Gastronomia Macaense, da autoria da Senhora D. Francisca Alvez dos Remédios (Ti Mari).
Nota: As receitas aqui expostas são exactamente as que estão escritas nos apontamentos da senhora D. Francisca dos Remédios. Quanto à confecção das mesmas fica ao critério de cada um. Vá lá, puxem pela imaginação e cozinhem com paixão e não se esqueçam de nos informar dos resultados obtidos, combinado?
Sabores do Mundo
Há muito que ando para dedicar um artigo aos sabores das Canárias que me deixaram completamente rendida.
As ilhas Canárias, são espanholas e são constituídas por sete ilhas, duas ilhotas e vários ilhéus desabitados.
As ilhas estão agrupadas em ocidentais e orientais. As ocidentais são constituídas por: La Palma, El Hiero, La Gomera e Tenerife com o vulcão Teide; e as ilhas orientais são constituídas por: Grã-Canária, Fuerteventura, Lanzarote e as ilhotas de Graciosa e Alegranza.
Ao contrário do arquipélago de Cabo Verde este conjunto de ilhas Canárias, todas diferentes, foram dotadas de muitos atractivos turísticos e da terra e do mar tiram o sustento e desenvolvimento e ainda têm um excelente e ameno clima durante todo o ano.
O primeiro que provei foi o alioli que pode ser caseiro ou industrial e encontramos esta delícia em lojas ou no super-mercado em frascos. Há também a pasta de chouriço, outra deliciosa iguaria espanhola, ou podemos simplesmente molhar o pão no azeite com alho picado. (foto 1)
Na categoria das entradas estão os pimentos padrão uns picam outros não, que são somente fritos e salpicados com sal grosso. (foto 2)
As batatas arrugadas, uma especialidade típica das ilhas canárias, são cozidas com casca e as sementes foram plantadas na terra onde a lava do vulcão deixou o seu rasto.
Uma salada muito apreciada é a de tomate com pera abacate e temperada com orégãos e salsa. (foto 3)
Se a esta salada acrescentarmos salmão, atum, camarão, alface e ovo cozido e temperar a gosto, fica uma excelente refeição. (foto 4)
No grupo das sopas, além do gaspacho que é servido frio, temos a sopa de tomate que é servida quente. (foto 5)
Depois das entradas passamos aos pratos fortes. Além da típica paelha (foto 6)
podemos encontrar outros tipos de arroz como o arroz meloso (foto 7)
cozinhado com pasta de fígado, cogumelos, camarão e muito molhadinho, é servido no prato da sopa ou o arroz com costra (foto 8)
cozinhado no barro a base de marisco, lulas e fica seco.
As gambas em gabardine é outra especialidade muito apreciada, assim como o camarão albardado (foto 9)
Não posso deixar de referir a favada em que cada feijoca mede aproximadamente dois centímetros, são feijões gigantes e muito gostosos! Este prato assemelha-se à “dobrada” portuguesa. (foto 10)
O choleton é a costeleta de bovino cozinhada na pedra ou na grelha e vem acompanhada de batata frita e molhos a gosto. (foto 11)
Todos estes pratos devem ser regados com vinho produzido nas ilhas que não encontramos no continente.
Degustei o “Brumas Dayosa” de Tenerife (foto 12)
e o “Yaiza” de Lanzarote (foto 13),
ambos vinhos brancos e são servidos frescos.
e o “Yaiza” de Lanzarote (foto 13),
ambos vinhos brancos e são servidos frescos.
Passando para as sobremesas, além das frutas cultivadas nas ilhas como a banana e a papaia temos o creme queimado e o gelado de limão. (foto 14)
Mas para terminar uma noite nada melhor que uma sandes especial com ovo! (foto 15)
ou um chocolate quente com churros!!! (foto 16)
Bom apetite!
Um muito Feliz Ano Novo da Cabra para todos e respectivas famílias. Isabel Machado
Gastronomia Açoriana e Madeirense
Açores
A gastronomia dos Açores é variada e foi obtida, em quase todos os seus elementos, a partir das receitas de Portugal Continental.
O Cozido das Furnas, por exemplo, é único por só ser possível a sua confecção neste local. Inspirado no conhecido Cozido à Portuguesa, a cozedura lenta, nas terras sulfurosas das Furnas, confere-lhe um sabor único, digno do paladar dos mais requintados apreciadores.
A Alcatra da Terceira, com remotas origens na Chanfana, ganha a sua própria identidade com a adaptação dos ingredientes, sendo cozinhada em forno de lenha, dentro de pequenos alguidares de barro.
A gastronomia Açoriana, é, de uma forma geral, mais picante do que a do Continente. São muitas as receitas de carne e peixes e abundantes os saborosos mariscos como os Cavacos, Lagostas, Santolas, Lapas e Cracas. A doçaria é rica e varia bastante de ilha para ilha.
O queijo dos Açores é preparado principalmente a partir de leite de vaca, enquanto os queijos do Continente são sobretudo de cabra e de ovelha. Aos Açorianos foi dado o dom de dominar este ofício e conseguir assim produzir alguns dos melhores queijos da Europa.
Os vinhos de mesa, nos Açores, são principalmente destinados ao consumo local, sendo as produções da ilha do Pico as únicas a competir com os vinhos de gama média de outras regiões da Europa.
O Queijo de São Jorge, o ananás doce e sumarento de São Miguel e o vinho aperitivo do Pico, que em outros tempos chegou à mesa dos Czares, são lugares obrigatórios de paragem de paragem num roteiro gastronómico pelos Açores.
Madeira
A gastronomia madeirense varia entre a tradicional e a contemporânea, usando os diversos produtos regionais, de grande qualidade, que permitem a confecção de um variado menu de especialidades que vão desde a cozinha regional até à cozinha internacional, passando ainda pela gourmet.
Ilha situada em pleno Atlântico, os peixes e mariscos são saborosos e cozinhados com tradição, os filetes de peixe-espada preto ou bifes de atum, acompanhados com o milho frito estaladiço, o polvo, mariscos deliciosos, começando pelas lapas, caramujos (burriés) e muitos outros.
Nas carnes, o prato mais famoso será a espetada de vaca em pau de loureiro, que lhe dá um sabor inconfundível. Muito apreciados são também o cuscuz de fabrico caseiro, a sopa de trigo e a carne de vinha-d’alhos.
Com um clima excepcional, a Madeira produz uma grande variedade de produtos, em destaque a cana-de-açúcar, frutos tropicais tais como, banana, ananás, pera abacate, anona, manga e maracujá, usadas em bebidas e delicadas sobremesas.
O famoso vinho da Madeira, que tem uma variedade enorme de castas, sendo as mais importantes o Sercial, Boal, Verdelho e Malvasia, bebido como aperitivo ou digestivo, acompanha muito bem o tradicional bolo de mel, feito com mel de cana.
O bolo do caco muito famoso, bem, não é um bolo, mas um pão cozido sobre uma telha, que acompanha normalmente a espetada com manteiga d’alho.
Também com batata-doce se faz pão na Madeira, e as apetitosas rosquilhas de batata-doce.
Fotos tiradas da Internet
A gastronomia dos Açores é variada e foi obtida, em quase todos os seus elementos, a partir das receitas de Portugal Continental.
O Cozido das Furnas, por exemplo, é único por só ser possível a sua confecção neste local. Inspirado no conhecido Cozido à Portuguesa, a cozedura lenta, nas terras sulfurosas das Furnas, confere-lhe um sabor único, digno do paladar dos mais requintados apreciadores.
A Alcatra da Terceira, com remotas origens na Chanfana, ganha a sua própria identidade com a adaptação dos ingredientes, sendo cozinhada em forno de lenha, dentro de pequenos alguidares de barro.
A gastronomia Açoriana, é, de uma forma geral, mais picante do que a do Continente. São muitas as receitas de carne e peixes e abundantes os saborosos mariscos como os Cavacos, Lagostas, Santolas, Lapas e Cracas. A doçaria é rica e varia bastante de ilha para ilha.
O queijo dos Açores é preparado principalmente a partir de leite de vaca, enquanto os queijos do Continente são sobretudo de cabra e de ovelha. Aos Açorianos foi dado o dom de dominar este ofício e conseguir assim produzir alguns dos melhores queijos da Europa.
Os vinhos de mesa, nos Açores, são principalmente destinados ao consumo local, sendo as produções da ilha do Pico as únicas a competir com os vinhos de gama média de outras regiões da Europa.
O Queijo de São Jorge, o ananás doce e sumarento de São Miguel e o vinho aperitivo do Pico, que em outros tempos chegou à mesa dos Czares, são lugares obrigatórios de paragem de paragem num roteiro gastronómico pelos Açores.
Madeira
A gastronomia madeirense varia entre a tradicional e a contemporânea, usando os diversos produtos regionais, de grande qualidade, que permitem a confecção de um variado menu de especialidades que vão desde a cozinha regional até à cozinha internacional, passando ainda pela gourmet.
Ilha situada em pleno Atlântico, os peixes e mariscos são saborosos e cozinhados com tradição, os filetes de peixe-espada preto ou bifes de atum, acompanhados com o milho frito estaladiço, o polvo, mariscos deliciosos, começando pelas lapas, caramujos (burriés) e muitos outros.
Nas carnes, o prato mais famoso será a espetada de vaca em pau de loureiro, que lhe dá um sabor inconfundível. Muito apreciados são também o cuscuz de fabrico caseiro, a sopa de trigo e a carne de vinha-d’alhos.
Com um clima excepcional, a Madeira produz uma grande variedade de produtos, em destaque a cana-de-açúcar, frutos tropicais tais como, banana, ananás, pera abacate, anona, manga e maracujá, usadas em bebidas e delicadas sobremesas.
O famoso vinho da Madeira, que tem uma variedade enorme de castas, sendo as mais importantes o Sercial, Boal, Verdelho e Malvasia, bebido como aperitivo ou digestivo, acompanha muito bem o tradicional bolo de mel, feito com mel de cana.
O bolo do caco muito famoso, bem, não é um bolo, mas um pão cozido sobre uma telha, que acompanha normalmente a espetada com manteiga d’alho.
Também com batata-doce se faz pão na Madeira, e as apetitosas rosquilhas de batata-doce.
Fotos tiradas da Internet
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